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Polícia
Segunda - 12 de Agosto de 2013 às 09:55

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O esquema que visava ao desvio de mais de R$ 20 milhões da agência do Bradesco, na Avenida Couto Magalhães, no Centro de Várzea Grande, na semana passada, foi desarticulado por meio de mensagens de celulares interceptadas pelos investigadores da Delegacia de Repressão e Roubos e Furtos da cidade.


Márcio Camilo/MidiaNews

O bando foi descoberto após a Polícia Civil monitorar mensagens de telefone celular


As mensagens eram enviadas, entre os acusados, através do aplicativo WhatsApp, que, atualmente, possui o cadastro de 250 milhões de pessoas em todo o mundo.

Segundo o chefe de operações Wellington Fernandes, ao receber a denúncia, a Derrf começou a monitorar as ligações dos principais suspeitos, entre eles, Rafael Mendes Jonsson, apontado como “o cabeça” da organização.

A partir do rastreamento, a Polícia descobriu que parte do bando iria se encontrar no Posto Mario Andreazza, situado na avenida de mesmo nome, em Várzea Grande.

Dessa forma, os policiais civis partiram para o posto e fizeram a prisão em flagrante de sete acusados de formar uma quadrilha.

“As prisões ocorreram na manhã de terça-feira (6), no momento em que eles iriam para o banco aplicar o golpe,” disse o delegado.

Durante a operação no posto, a Polícia prendeu um dos principais suspeitos: Larcel Mendeiros de Oliveira, conhecido como "Careca".

Na avaliação do investigador Fernandes, a prisão de Careca foi peça-chave para desbaratar o resto da "organização".

Careca foi encaminhado para interrogatório na Derrf de Várzea Grande, localizada no bairro Nova Várzea Grande, e na delegacia ele delatou os demais participantes que integravam a grupo criminoso.

Careca delatou Weinden Silva Rocha, o Dinho, que foi preso enquanto trafegava de carro no centro de Várzea Grande; Mateus Mendes Jonsson e Rafael Vigas de Oliveira, que foram presos em um hotel.

O último acusado a ser preso foi Abel Doval Carames, auxiliar da gerência do Bradesco de Várzea Grande, que autorizaria os pagamentos dos cheques sem fundos.

Ele foi preso na própria agência, por volta das 16 horas. Abel trabalhava normalmente, esperando o momento do golpe, segundo a Polícia.

Ao todo, a operação prendeu 11 pessoas. Dessas, cinco participavam efetivamente da quadrilha: Larcel Mendeiros de Oliveira, o Careca; Weinden Silva Rocha, o Dinho; Mateus Mendes Jonsson; Rafael Vigas de Oliveira e Abel Doval Carames.

Os cinco suspeitos de formar a quadrilha foram levados para o Centro de Ressocialização de Cuiabá, o antigo presídio Carumbé. Eles foram indiciados pela Polícia Civil por tentativa de estelionato e formação de quadrilha.

O inquérito da polícia será concluído em 10 dias. Depois disso, ele será encaminhado ao Fórum de Justiça de Várzea Grande.

Marcio Camilo

Em detalhe, o gerente do Bradesco Abel Doval. Ele seria o responsável por liberar os pagamentos

O esquema


De acordo com o chefe de operações da Derrf, Wellington Fernandes, a quadrilha fraudou 21 boletos que deveriam ser pagos a uma empresa, que era de fachada.

Cada boleto vinha acompanhado de cheques, no valor R$ 992.738,90 mil, que, somados, chegavam a mais de R$ 20 milhões.

De acordo com as investigações, a organização também contratou seis pessoas, por R$ 1 mil cada. Esses integrantes seriam os responsáveis pelo depósito dos 21 cheques.

“Essa foi uma medida pensada para que o pagamento não ficasse só nas mãos de uma pessoa. Se apenas uma pessoa chegasse à boca do caixa para efetuar os pagamentos, levantaria muitas suspeitas devido à grande quantidade de notas frias”, explicou o investigador.

Tentativa de sabotagem

O esquema também teria que ter a participação de, pelo menos, dois funcionários do Bradesco que trabalhassem como caixas para receber os cheques.

Os integrantes da quadrilha chegaram a aliciar dois funcionários que trabalhavam como caixas do Bradesco de Várzea Grande. Eles não toparam participar do esquema.

De acordo com Fernandes, a quadrilha chegou a planejar um acidente de trânsito envolvendo os dois funcionários, pois os guichês dos caixas precisavam estar livres durante o golpe.

Mas, antes de colocar o plano em prática, os membros da quadrilha foram presos no Posto Mário Andreazza.

“Nenhum dinheiro foi encontrado em espécie, pois a quadrilha trabalhava apenas com movimentação online”, disse Fernandes, que comandou a equipe que fez as prisões.

Segundo o policial civil, a próxima etapa das investigações consiste em descobrir quem é o titular da conta onde os mais de R$ 20 milhões seriam depositados.

O investigador também ressaltou que, se a transação fosse concluída, ficaria praticamente impossível rastrear a paradeiro do dinheiro.
 

Calhamaço de boletos onde constavam os pagamentos a empresa fantasma



Os outros seis envolvidos no esquema, que seriam os responsáveis pelos pagamentos dos cheques na boca do caixa, foram liberados depois de pagarem fiança.

A investigação entendeu que a participação deles seria mínima já que eles não sabiam do esquema. “Eles toparam pagar os cheques mediante a proposta da quadrilha que ofereceu mil reais para cada um”, disse o investigador.

Carros apreendidos

Com o grupo, os agentes da Polícia Civil também apreenderam cinco carros: uma Hilux preta, modelo SRV, com placa de Maringá (PR); um Golf preto com placa de Cuiabá; um Corolla metálico de cor bege, placa de Cuiabá; e dois Gols branco, ambos com placa de Cuiabá.






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