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Nacional
Segunda - 12 de Agosto de 2013 às 13:18

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As aulas na escola onde estudava o garoto de 13 anos suspeito de matar os pais na Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo foram retomadas na manhã desta segunda-feira (12). A Polícia Civil suspeita que Marcelo Pesseghini matou o pai, a mãe, a avó e a tia e na sequência se suicidou entre a noite do dia 4 e a madrugada do dia 5.

A direção do Colégio Stella Rodrigues, onde o garoto estudou por oito anos, contratou profissionais especializados para orientar professores e funcionários para acolher os alunos. Nesta manhã, os portões foram abertos às 6h30, como informou o Bom Dia São Paulo. A movimentação foi grande em frente à escola, mas os pais evitaram o contato com a imprensa.

Desde terça-feira (6), as aulas estavam suspensas. A última vez que a criança foi à escola foi há uma semana, no dia 5. Câmeras de segurança registraram o momento em que ele chegava ao estabelecimento. Essa foi a última vez que ele foi visto.

A família não acredita que a criança tenha assassinado os parentes. Em entrevista ao Fantástico, exibida neste domingo (11), o tio de Marcelo Pesseghini, irmão do policial da Rota Luís Marcelo Pesseghini, mostrou uma carta feita pelo garoto no Dia dos Pais de 2012. No texto, o garoto diz que ama o pai e o felicita pela data. "Pai, você é o melhor pai do mundo inteiro eu sempre vou te amar, um grande beijo e feliz dia dos pais", diz o bilhete.

Investigações
As investigações serão retomadas nesta segunda-feira. Vinte pessoas já prestaram depoimento. Os relatos de médicos legistas que trabalham no caso mostram que o sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini, de 40 anos, foi morto cerca de 10 horas antes da família, como informou o SPTV, no sábado (10).

Nesta semana, a polícia aguarda a conclusão de dois laudos. Um deles deve apontar o horário aproximado das mortes. O outro indicará distância e ângulo em que tiros foram disparados.

Carta escrita por Marcelo para o pai em 2012 (Foto: Reprodução/TV Globo)

Carta escrita por Marcelo para o pai em 2012 (Foto:
Reprodução/TV Globo)

Laudo
A informação sobre quando o sargento foi morto é baseada na análise das manchas de sangue e constará no laudo do Instituto de Criminalística que será entregue à Polícia Civil. O laudo necroscópico das outras vítimas também deverá ser concluído na próxima semana. A Polícia Civil aguarda agora a análise do computador usado pelo adolescente e dos telefones celulares da família.

Na semana passada, a polícia já havia informado que exames preliminares apontavam a sequência de mortes na residência da Rua Dom Sebastião. Primeiro teria morrido o pai do garoto, depois a mãe, a cabo Andréia Regina Bovo Pesseghini, de 36 anos, em seguida, a avó dele, Benedita de Oliveira Bovo, de 67 anos, e a tia-avó, Bernadete Oliveira da Silva, de 55 anos.

 

Depoimentos
Nesta sexta-feira (9), um professor e uma professora do Colégio Stella Rodrigues, onde estudava Marcelo, foram ouvidos pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A Polícia Civil não deu detalhes sobre os depoimentos.

"Nós queremos saber, principalmente, o comportamento do garoto na escola. Se ele fez alguma confidência, qualquer coisa neste sentido. O que vier para a gente, venha de onde vier, vai nos ajudar para gente ter uma visão completa do caso", disse o delegado Itagiba Franco, do DHPP. Ele insistiu no foco da polícia agora em descobrir a motivação do crime.

A Polícia Civil quer ouvir também duas vizinhas da família do garoto. Uma delas teria presenciado por diversas vezes Marcelo colocando e tirando o carro da garagem da casa onde ocorreram os crimes. A outra vizinha, segundo Franco, relatou a uma emissora de televisão ter visto um carro rondando a casa da família Pesseghini. A polícia tenta ainda localizar outras duas vizinhas que teriam ouvido os tiros e outros colegas de Marcelo. Para a Polícia Civil, Marcelo é suspeito de assassinar a própria familia e depois se matar.

O delegado geral da Polícia Civil, Luiz Maurício Blazec, disse que a investigação ainda não está concluída. "Nada está sendo desprezado, todos os informes trazidos pelas testemunhas estão sendo verificados e serão checados. A linha de investigação principal ainda é a autoria atribuída ao menino. O caso ainda não está concluído, aguardamos os laudos a fim de que eles possam ou não comprovar de forma concreta esta tese", disse Blazec.

Nesta quinta-feira (8), um policial militar ouvido no DHPP disse que o sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini, de 40 anos, havia ensinado o filho a atirar. A informação foi confirmada pelo delegado Itagiba Franco, responsável pela investigação.

Todas as vítimas morreram com tiros na cabeça disparados pela pistola .40 que pertencia a Andréia, indicou a perícia realizada nos corpos. O delegado citou que Marcelo tinha 1,60 metro e não era um garoto franzino, apontando que ele tinha condição de manipular a arma. A testemunha disse ter presenciado uma dessas "aulas de tiro", que ocorriam em um estande na Zona Sul da capital paulista.

O PM, que morava na mesma rua da família, também informou ao DHPP que o sargento e a mãe do jovem, a cabo Andréia Pesseghini, ensinaram o filho a dirigir automóveis e que o jovem tirava o carro da família todos os dias da garagem. O automóvel foi localizado na rua onde o garoto estudava e a polícia investiga se ele dirigiu até lá, assistiu à aula e só depois retornou para casa e se matou

O procurador-geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa, designou nesta quinta os promotores Norberto Joia e André Luiz Bogado Cunha para acompanhar as investigações sobre as mortes da família na Zona Norte. Os promotores deverão acompanhar Franco em todas as oitivas.

Motivação
O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Luiz Mauricio Blazeck, disse nesta quinta-feira que as investigações buscam, agora, a motivação do crime.

Questionado se existe a possibilidade da participação de outra pessoa no crime, Blazeck informou que essa “não é uma questão fechada”. “Dependemos dos laudos para confirmar isso. Por enquanto, continua a versão inicial”, disse, em relação ao envolvimento apenas do garoto de 13 anos nos assassinatos.





Fonte: Do G1

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