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Política
Terça - 13 de Agosto de 2013 às 07:36

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Geraldo Tavares/DC
No cardápio do Buffet, salmão e salada de marisco e na escola Diva Huguiney, considerada modelo pela gestão, pão doce e
No cardápio do Buffet, salmão e salada de marisco e na escola Diva Huguiney, considerada modelo pela gestão, pão doce e

O valor de apenas uma das 277.556 refeições contratada em serviços de buffet pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) seria suficiente para alimentar por um dia 93 crianças matriculadas na rede estadual. Enquanto o órgão paga R$ 28 para cada pessoa no jantar, custeia R$0,30 para merenda de cada aluno da rede.

Conforme foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) que circulou na última segunda-feira, a Seduc vai desembolsar R$ 7,7 milhões para alimentação de funcionários. A quantia também atenderia toda a rede estadual por três meses, levando em consideração que cerca de 400 mil estudantes foram matriculados este ano.

A tabela de preços, que também está disponível no DOE, mostra ainda que a janta de 18 pessoas que vierem à Capital por conta da Seduc para participar de curso de capacitação, seminários e outros eventos, garantiria a merenda de um dia em uma das maiores escolas da Capital, a Malik Didier, no bairro Pedra 90, com 1.700 alunos.

De acordo com a licitação (pregão), os valores das refeições nos eventos oficiais vão variar entre R$ 20 e R$ 28 por participante.

Em um jantar, o cardápio prevê, por exemplo, entrada com pão sírio ou pãezinhos integrais acompanhados de pasta de berinjela. Em seguida, viria a salada de mariscos ou tropical de maionese e legumes.

O prato principal poderia ser, conforme sugere a lista, medalhão de filé bovino com molho madeira, peito de peru à Califórnia(com frutas), salmão ao molho tártaro ou filé de badejo ao molho de maracujá.

Nas escolas, fazendo milagre com os 30 centavos que recebem por criança, as merendeiras conseguem servir, por exemplo, pão doce com um copo de suco de maracujá. Esse foi o cardápio da merenda da escola estadual Diva Hugueney Bastos, no bairro Aroeira, em Cuiabá, na última quarta-feira.

Inaugurada há quase 10 anos como escola modelo, nessa unidade a piscina está desativada por falta de recursos para manutenção, a quadra coberta de esportes está em péssimas condições e não há extintores de combate a incêndio (no início do ano foram retirados para recarga e não voltaram mais).

Na Escola Malik Didier, as condições físicas são boas, mas o dinheiro que chega para a merenda é o mesmo, ou seja, R$ 0,30 por alunos, insuficiente como em qualquer outra unidade escolar.

Localizada a cerca de 15 quilômetros do centro de Cuiabá e em uma área mais pobre da periferia, nessa escola, a diretora, Izanete Alves Corrêa Santana, sabe que uma boa parcela dos alunos do noturno não se alimentam e precisa de uma refeição mais reforçada.

Izanete observa que além das crianças, precisa se preocupar também com os alunos da Educação de Jovens e Adultos(EJA). A maioria deles, observa, trabalha em serviços braçais e vai do emprego direto para a escola.

Como disse a diretora, realizando milagres cotidianamente com os R$ 0,30, três vezes por semana consegue oferecer refeições razoáveis para os alunos do diurno, como carne com arroz ou macarronada(com molho de carne moída). Nos demais dias, as crianças fazem lanche tipo pão doce ou bolacha água e sal com suco. Já no noturno, os alunos recusam, com razão, lanches desse tipo. Para esses, todos os dias oferecem refeição pouco antes de entrar em sala, pratos do tipo arroz com carne e salada de repolho com tomate.


 






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