Rodolfo Bombro administrava as aulas da Anhanguera Cursos sem a autorização da matriz, diz Polícia
Empresário da LFG em Cuiabá deverá ser indiciado por estelionato
O antigo franqueador da Rede LFG/Anhanguera Cursos em Cuiabá, Rodolfo Bombro, deverá ser indiciado pela prática de estelionato e propaganda enganosa.
A Delegacia do Consumidor (Decon) investiga a denúncia de alunos, de que pagaram a matrícula mas não estavam tendo aulas.
De acordo com as investigações, Bombro tinha apenas a autorização para administrar a unidade de cursos da Anhanguera que fica na avenida Fernando Corrêa da Costa, na Capital.
No entanto, o empresário abriu outra unidade de cursos da Anhanguera, de forma clandestina no bairro Morada do Ouro. A unidade não tinha autorização da matriz de São Paulo para funcionar.
Diante da situação, Anhanguera Cursos e Participações entrou com pedido de liminar na Justiça e assumiu a administração da unidade da Fernando Corrêa, que até então estava sob o comando de Bombro.
Na manhã desta segunda-feira (13), funcionários foram até a Anhanguera da Fernando Corrêa para receber os salários atrasados pelo antigo administrador.
Um senhor, que preferiu não se identificar, disse que estava sem receber há três meses.
Da nova direção da Anhanguera, ele obteve a resposta de que os salários seriam pagos nesta sexta-feira (16).
“Eles me explicaram que se o Rodolfo não me pagar até sexta-feira, a Anhanguera se comprometerá em pagar o meu salário”, comentou o funcionário, responsável pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado.
Problemas financeiros
Segundo funcionários ouvidos no local, a Anhanguera/LFG, unidade da Fernando Corrêa, passa por uma reorganização financeira, por causa da má administração de Rodolfo Bombro.
Além de quitar salários, conforme apurou a reportagem, a atual administração precisa equilibrar as contas de água, energia e o aluguel do prédio onde fica a unidade.
Por falta de pagamento das contas, a Anhanguera da Fernando Corrêa também está sem internet.
Busca e apreensão
Ontem, policiais da Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon) promoveram busca e apreensão na unidade da Anhanguera/LFG, do bairro Morada do Ouro.
No local foram apreendidos documentos, computadores e um receptor via satélite.
A delegada Feldner disse que a unidade, sob a responsabilidade de Bombro, usava de modo irregular o sinal de satélite para dar as aulas de vídeo conferência.
“Agora precisamos saber como o grupo conseguia captar o sinal sem a autorização da matriz”, disse a delegada, durante a busca e apreensão de ontem.
Sobre a empresa
Anhanguera LFG Cursos e Participações, criada em 2002 pelo professor Luiz Flávio Gomes, é uma empresa de renome nacional, com sede Em São Paulo, especializada em cursos de carreiras.
Dentre os cursos oferecidos estão o de juiz federal, promotor de justiça e defensor público.
As aulas são tele presenciais, onde o professor aparece em um vídeo explicando o conteúdo das matérias.
Entenda o caso
No início da semana passada, a Polícia Civil abriu inquérito para investigar denúncia de 20 alunos contra a LFG.
Conforme as queixas registradas, o curso deveria iniciar as atividades no dia 29 de julho, mas quem compareceu para assistir as aulas na unidade da Fernando Corrêa recebeu uma senha para assistir ao conteúdo pela internet.
Outros alunos foram encaminhados à unidade da Morada do Ouro. Na última sexta-feira (9), as duas unidades amanheceram fechadas.
Em nota encaminhada ao MidiaNews, a LFG, que faz parte do grupo Anhanguera, ressalta que a unidade Morada do Ouro foi aberta pelo antigo parceiro sem autorização e sem o devido respaldo contratual da matriz de São Paulo.
A LFG destacou na nota que “repudia tal atitude” e que por meio de liminar adquiriu o direito de assumir a unidade da Fernando Corrêa, que até então estava sob a administração de Rodolfo Bombro.
Confira a nota na íntegra:
A LFG, que faz parte do Grupo Anhanguera Educacional, esclarece que a unidade Morada do Ouro foi aberta de forma irregular pelo antigo parceiro, sem qualquer comunicação com o Grupo, ou seja, sem autorização e sem o devido respaldo contratual.
A Instituição repudia tal atitude e informa que tomou conhecimento sobre a operação irregular no momento em que o mesmo parceiro havia fechado indevidamente a unidade Cuiabá, localizada na Av. Fernando Correa, em virtude de descumprimento de contrato por parte do responsável pelo polo.
Neste caso, a LFG conquistou o direito de assumir a unidade por meio de liminar na justiça, após ter ingressado com medida judicial. As aulas neste Polo foram retomadas hoje (12/08). Os alunos matriculados na unidade irregular Morada do Ouro devem entrar em contato com o Polo LFG da Av. Fernando Correa para orientações.
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