Soldado que vazou dados se vestia de mulher
O soldado Bradley Manning sofria um conflito interno em relação à sua identidade sexual, dentro de um ambiente de trabalho hostil, o que exerceu uma enorme pressão sobre ele para vazar informações confidenciais ao WikiLeaks. A conclusão é de um psicólogo do Exército, que testemunhou nesta quarta-feira no tribunal militar de Fort Meade, perto de Baltimore. Manning revelou sua homossexualidade para o especialista, o capitão Michael Worsley, e lhe enviou por e-mail uma foto de si mesmo vestido de mulher, usando uma peruca loira e batom.
A imagem foi anexada a uma mensagem intitulada “O meu problema”, no qual o soldado descreve seu problema de identidade de gênero, e espera que sua carreira no exército lhe ajude a “livrar-se dele”.
- Ao ser colocado em ambiente tão masculino, com pouco apoio e poucas habilidades de adaptação, a pressão deve ter sido difícil, para dizer o mínimo - afirmou Worsley.
Nesta quarta-feira, o soldado pediu desculpas diante de tribunal militar por ter revelado registros de guerra e segredos diplomáticos ao site WikiLeaks, há três anos, enquanto trabalhava como analista de inteligência no Iraque. Seus advogados de defesa argumentam que o soldado apresentava sinais claros de deterioração mental e que seus superiores não deveriam tê-lo enviado para uma zona de guerra para lidar com informações confidenciais. Ele pode pegar até 90 anos de prisão.
- Me desculpem se machuquei pessoas. Lamento que tenha ferido os Estados Unidos - afirmou o soldado, de 25 anos. - Eu estou pedindo desculpas pelos resultados inesperados de minhas ações. Os últimos três anos têm sido uma experiência de aprendizado para mim.
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