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Economia
Quinta - 08 de Junho de 2023 às 10:54
Por: João Freitas/Gazeta Digital

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Marcello Camargo/Agência Brasil

Lei nº 8.213/2019, conhecida como Lei de Cotas, estabelece que todas as empresas com 100 funcionários ou mais devem ter, pelo menos, 2% das vagas preenchidas por pessoas com deficiência (PcD). Contudo, a teoria nem sempre retrata a realidade. Relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022 aponta que 7 em cada 10 brasileiros com algum tipo de limitação - seja física, auditiva, visual ou intelectual - estão fora do mercado de trabalho. Dois dos principais fatores são o preconceito e a dificuldade de acesso à educação.

Em todo o país, são mais de 17 milhões pessoas com essas condições, sendo que 168 mil delas vivem em Mato Grosso. Ainda assim, o percentual de descumprimento à legislação é de cerca de 50%. Temos um contingente de PCDs em idade laboral suficiente para preencher em até 15 vezes as vagas ofertadas pela Lei de Cotas, aponta a auditora fiscal do trabalho Caroline Mendes Lima, que também coordena o projeto de inclusão de PCDs ao mercado de trabalho no estado. Na visão dela, o cenário requer medidas de fiscalização mais rigorosas para garantir a ocupação destes postos de serviço.

Uma das que estão ativas no mercado é a assistente social Marta Bordignon, 35, que tem deficiência visual. Ela desempenhou várias funções na carreira profissional antes de ser integrada ao setor administrativo da Faculdade de Tecnologia do Serviço de Aprendizagem Industrial de Mato Grosso (Fatec Senai MT). A rotina de trabalho é atribulada, conta. Lanço as avaliações de egressos no sistema, faço ativos e resolvo pendências no ambiente escolar, entre outras tarefas. Às vezes, sou um pouco rígida, mas isso é necessário para garantir a ordem e o bom andamento dos trabalhos. Estou amando tudo isso, detalha.

Mesmo empregada, Marta segue realizando capacitações e cursos técnicos voltados para a área de logística. Assim como em qualquer categoria, a busca por qualificação é um diferencial que tem peso ainda maior entre as pessoas com deficiência. Conforme o Observatório da Indústria, apenas 20% das PCDs concluíram o ensino médio. O mercado de trabalho é muito competitivo, mas, aos poucos, as portas estão se abrindo. Expandir os conhecimentos é fundamental para lidar com esse novo momento, finaliza Bordignon.





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