Com maior oferta, arroba da vaca registra deságio histórico A elevada presença de fêmeas na linha de abate do mercado pecuário refletiu no maior deságio da arroba

A arroba do boi gordo segue pressionada, em Mato Grosso, em função do aumento na oferta de animais, especialmente pela elevação de descarte de fêmeas, enviadas ao abate.

A elevada presença de fêmeas na linha de abate do mercado pecuário mato-grossense refletiu no maior deságio da arroba da vaca da década.

A diferença entre a arroba da vaca e do boi gordo na parcial de maio está em -9,57%, em março atingiu a máxima deste ano e fechou o mês na média de -9,85%.

Esses patamares não eram vistos desde 2013, quando o deságio anual da fêmea foi de -9,38%, apontam dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Os analistas chamam à atenção de que o deságio na série histórica está em -6,70%.

Em relação à arroba do boi, na parcial de maio - até o dia 26 - o indicador apresentou média de R$ 230,40/@, redução de 6,36% ante a abril.

“Do mesmo modo, o preço do milho disponível em Mato Grosso seguiu na mesma tendência e foi cotado a R$ 46,54/sc no mesmo período de maio, revelando retração de 11,45% no comparativo mensal. Esse movimento favoreceu a relação de troca com insumos do pecuarista, que, apesar da desvalorização na arroba, avançou 6,21% ante o último mês e ficou em 4,97 sacas por arroba bovina”, explicam os analistas.

Com a perspectiva da superprodução de milho e soja frente ao déficit de armazenagem, os preços dos grãos tendem a ser menores no segundo semestre, movimento que somado à valorização sazonal nos preços do boi gordo, pode favorecer a relação de troca do pecuarista, especialmente dos confinadores que intensificam a atividade a partir de agora.

Os analistas do Imea destacam ainda em razão da oferta de animais as escalas de abates nos frigoríficos se alongaram.

“A escala de abate em Mato Grosso refletiu a oferta de animais nas indústrias e apontou aumento de 7,78% ante a semana anterior, com média de 9,98 dias”.

MERCADO - Essa diferença é influenciada, principalmente, pela grande oferta de vacas, uma vez que em 2013 foi visto o maior volume de fêmeas nas indústrias no acumulado de janeiro a abril: 1,04 milhão de cabeças.

“Trazendo para os dias atuais, o total de fêmeas abatidas no mesmo período deste ano foi de 886,16 mil cabeças.

Desde 2013, apenas em 2019 foi visto volume superior, quando foram abatidas 910,10 mil fêmeas.

Nesse sentido, o alto deságio para a arroba da vaca gorda indica que ainda pode haver um grande volume de fêmeas nas indústrias do Estado”.