Pastora é presa por atrapalhar investigação sobre jovem estuprada Polícia investigava denúncia de maus tratos contra irmãos da vítima de estupro; mãe sabia de abusos que duraram 11 anos
Uma pastora que não teve a identidade revelada foi presa em Sorriso, na tarde de terça-feira (23), por atrapalhar a investigação da Polícia Civil em um caso de estupro. A vítima, de 17 anos, era estuprada desde os 5 pelo padrasto.
A mulher teria ocultado da Polícia a informação de onde estaria a menor, os irmãos e a mãe, que é suspeita de saber do estupro da filha. O crime era cometido por um operador de máquinas, de 36 anos, que foi preso no Distrito de Primaverinha, no último sábado (20).
Segundo a Polícia, a família fugiu para Lucas do Rio Verde e uma das pessoas que a acolher afirmou não saber dos crimes cometidos contra a jovem.
A testemunha afirmou que, na manhã de terça (23), avisou a pastora que se recusou a passar informações à Polícia de que a menina estava em sua casa.
A procura e a mentira
Inicialmente, o Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica e Sexual, junto com o Conselho Tutelar, foram até o Distrito de Primaverinha para averiguar uma situação de maus-tratos contra cinco crianças, irmãos da vítima de 17 anos.
Segundo a Polícia Civil, não havia ninguém na residência da família, mas a casa apresentava sinais claros de abandono, além de péssimas condições de higiene pessoal, que condizem com abandono de incapaz.
Os investigadores olharam pela janela que estava aberta e chegaram a ver larvas no chão da casa.
Vizinhos disseram ter visto um carro preto passando na noite anterior e levando a mãe e as crianças. Foi aí que a Polícia descobriu que a pastora do distrito teria informações a respeito do paradeiro da família.
A mulher se recusou a passar informações e disse que "não sabia de nada e que o sumiço da mãe e dos filhos deveria realmente ser apurado”. Ela, porém, teria recebido horas antes informações de onde estava a família.
A delegada Jéssica Assis, responsável pelo inquérito, afirmou que ficou claro para Polícia Civil que a pastora auxiliou na ocultação mãe da vítima, que era ciente dos abusos cometido pelo marido, assim como mentiu aos agentes públicos sobre o paradeiro da família.
A líder religiosa foi encaminhada à Delegacia de Sorriso e autuada em flagrante pelos crimes de favorecimento pessoal (art. 348, Código Penal) e embaraçamento da atividade do Conselho Tutelar (art. 236, Estatuto da Criança e do Adolescente).
Segundo a Polícia Civil foi arbitrada uma fiança no valor R$ 2 mil.
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