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Sexta - 19 de Maio de 2023 às 07:26
Por: Elayne Mendes/Gazeta Digital

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Passados 3 meses da promessa feita pela Prefeitura de Cuiabá de reforma total da Orla do Porto, local tem problemas intensificados e não há previsão para início da execução. Comerciantes da região apontam que a única coisa que mudou nesse período foi a largura das rachaduras das calçadas, que aumentou em decorrências das chuvas e o peso dos blocos de concreto instalados pelo município para isolar o local.

Prefeitura informou que projeto de recuperação precisou passar por adequações técnicas. Na edição de 15 de fevereiro, reportagem de A Gazeta expôs os riscos que as rachaduras presentes em uma longa extensão da calçada da Orla do Porto representavam para os frequentadores do espaço.

Na mesma data, gestores da Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smob) e Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos (Limpurb) estiveram no local e anunciaram a interdição do espaço para o início da obra de revitalização em 20 dias. Porém, e problema se agravou.

“Vieram aqui, colocaram esse monte de blocos de concreto, que não isolou nada e ainda colaborou para que o solo cedesse mais. Eu que acompanho esse problema desde o início não passo ali, mas quem não conhece ainda se arrisca”, conta Anunciação do Carmo, proprietária de uma lanchonete na região.

A comerciante relata que sempre abriu seu estabelecimento às 5h30, para aproveitar a clientela que caminha na Orla no primeiro horário. Porém, desde janeiro passou a abrir às 8h, após sentir uma queda brusca nas vendas.

“Quando inaugurou essa Orla, faltava espaço para as famílias fazerem caminhadas. Mas a calçada nitidamente representando riscos à vida de quem insiste em passar por ela, associada à presença de usuários de drogas, espantou todo mundo”.

Osvaldo Carvalho, 68, mora no Porto há 50 anos e passa pela Orla todos os dias. Se diz extremamente triste em ver o descaso do poder público, não só com o espaço tido como cartão postal da cidade, mas com o bairro de forma geral. “Um bairro antigo, que abriga famílias tradicionais da cuiabania, sendo ignorado pela prefeitura. Essa Orla é só uma fatia do bolo recheado de problemas”.

Defesa Civil sugeriu interdição

A obra de recuperação total da Orla do Porto anunciada pelo município contou até mesmo com a avaliação da Defesa Civil, que confirmou a necessidade de interdição para a segurança dos pedestres. A ordem inicial do prefeito Emanuel Pinheiro foi de que a recuperação do local tivesse início no prazo de 20 dias, sendo que a primeira etapa completaria a substituição do piso, que não é adequado para o local.

Posteriormente, deveria ser feita a completa revitalização e requalificação, incluindo o reforço no muro de gabião. O mesmo prazo foi anunciado por duas vezes, sendo o primeiro em fevereiro e o segundo um mês depois, no dia 10 de março. Porém, após 90 dias, o espaço continua da mesma forma.

A prefeitura chegou a afirmar que as rachaduras no piso surgiram este ano, o que é rebatido pelos moradores.





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