Denúncia de Wilson 'irrita' deputados e gera desgaste à AL
Atualizada às 12h48 - Deputados estaduais não esconderam o incômodo com a denúncia feita pelo deputado estadual Wilson Santos (PSD) de que parlamentares da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) teriam sido eleitos com o apoio do crime organizado e de facções criminosas do Estado.
A declaração caiu como uma bomba na Casa de Leis, justamente pelo desgaste coletivo que a declaração tem gerado aos mandatários. Durante a sessão plenária desta quarta-feira (3), os parlamentares criticaram a forma com que o assunto foi exposto por Wilson.
“Eu, que sou pai de família, me sinto muito incomodado com essa declaração. Nós não podemos deixar isso acontecer, foi uma fala lamentável do nobre deputado. Tem que fazer a convocação do ex-secretário para que dê nome e sobrenome” , disse o deputado Fábio Tardin (PSB).
O deputado Gilberto Cattani (PL) também criticou a forma com que Wilson deu publicidade à denúncia, colocando toda a Assembleia “sob suspeita”.
“Gostaria de citar o Wilson Santos que está no fogo cruzado devido a uma fala que fez na mídia. Você foi infeliz na sua fala, em parte dela pelo menos. Você não mentiu, mas pela maneira que foi colocada. Peço ao senhor que mude a imagem que o público tem dessa casa”, reclamou.
Denúncia
Após ouvir as reclamações dos colegas, Wilson reiterou que a denúncia foi levada ao ex-secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Alexandre Bustamente, após ser barrado em alguns bairros da Capital por integrantes de facções criminosas, que já estavam "fechados" com outros candidatos nas eleições de 2022.
Wilson alega que, na ocasião, o ex-chefe da Segurança revelou que deputados teriam o procurado para pedir privilégios a integrantes de facções criminosas. O parlamentar chegou a questionar quem seria, mas Bustamente teria se recusado a responder. Nesse contexto, o ex-tucano apontou que o gestor errou ao não denunciar os parlamentares.
“Porque é que eu não dei nomes? Porque eu não sei. Eu também não sei porque o secretário, que havia recebido por esses deputados e que não tomou providências. Ele errou”, finalizou.
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