Bebês tinham mamadeiras amarradas ao peito e criança ingeriu fezes em creche
Crianças eram amarradas, mantidas sob sol quente, incentivadas a chorar até dormir e apanhavam na creche em Sorriso (420 km ao norte). Em um dos casos, a menor defecou na roupa e a dona do local esfregou a calcinha suja no rosto da criança até que o material começou a se desfazer. A vítima desenvolveu coprofagia, que é ingerir as próprias fezes. O caso veio à tona na semana passada e os empresários devem responder por 15 crimes.
Entre os delitos atribuídos ao casal está ameaça contra a vida de uma ex-funcionária, além dos praticados contra as crianças. O inquérito policial foi concluído e encaminhado nesta segunda-feira (24) ao Judiciário. Ambos seguem presos preventivamente.
A investigação apurou denúncias de maus-tratos, tortura mediante castigo e omissão cometidos pelo casal contra 8 crianças de zero a 5 anos, faixa etária atendida pelo berçário e hotel infantil.
Duas ex-funcionárias foram ouvidas no caso e uma delas relatou que a proprietária teria esfregado a fralda suja de fezes no rosto das vítimas com tanta força e por tanto tempo que o tecido chegou a esfarelar no rosto da criança, completou dizendo que a menina chegou a desenvolver comportamento de coprofagia, que é o ato de comer as próprias fezes.
A delegada, Jessica Assis, contou que outra funcionária, que só teria trabalhado na creche por um mês, relatou outro episódio em que a proprietária da creche teria imobilizado uma criança de pouco mais de 1 ano no chão, colocando o joelho no peito da vítima com todo peso do seu corpo, enquanto a criança se debatia, chorava e gritava por ajuda.
Dias depois, a mãe percebeu um hematoma nas costas da criança e questionou a proprietária, que fez pouco caso com a situação. Em um segundo momento, a mulher teria filmado a mesma criança em cima de uma casinha com outras crianças e dito no vídeo "Ta vendo sua filha aí em cima? Depois volta para casa faltando um pedaço e não sabe o porquê".
As cuidadoras ainda relataram diversas sessões de tortura contra uma criança que era hiperativa. O bebê era amarrado pela dona do berçário a um toco, com um cinto, e deixado debaixo do sol por horas, até chorar e adormecer sentado. Outras funcionárias já viram essa mesma criança amarrada com um fio de nylon enquanto gritava e chamava pela mãe.
Esses foram só alguns dos relatos, mas há inúmeros de casos onde a mulher amarrava as mãos das crianças de apenas 7 meses, que se alimentavam sozinhos com a mamadeira amarrada por uma frauda no peito. Ela também forçava a comida na boca das crianças até elas vomitarem, deixavam elas abandonas no sol, não trocavam a fralda durante o dia, o que causava assaduras. Em outros episódios, deixavam as crianças penduradas em balanços chorando até dormir.
A delegada completa que a proprietária manipulava os pais mantendo um relacionamento saudável, a fim de não ter questionamentos. Em entrevista ao programa Cadeia Neles, da TV Vila Real, orienta aos pais que suspeitavam de situações atípicas, que procurem a delegacia rapidamente.
As investigações continuam, pois existem outros suspeitos que cometiam esses maus-tratos.
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