Shows custam R$ 10 mi aos cofres públicos no trimestre
Levantamento feito pelo Jornal A Gazeta aponta que 36 municípios de Mato Grosso gastaram aproximadamente R$ 10 milhões para realizarem eventos e shows nos três primeiros meses de 2023. Só o município de Campo Verde (130 km de Cuiabá) gastou mais de R$ 1,5 milhão para a realização da ExpoVerde 2023 - evento do agronegócio que conta com apresentações artísticas, rodeio e também negociações de animais.
Na pesquisa, foram levados em conta os gastos com a estrutura das festividades, shows pirotécnicos e as apresentações de artistas nacionais e regionais. O governo do Estado, com a sanção da Lei 12.082, que limita a destinação de recursos para utilização com esse objetivo, espera que os gastos com cantores nacionais sejam reduzidos e que os prefeitos invistam mais em apresentações regionais.
Os gastos são referentes aos declarados pelos prefeitos de janeiro a março à Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM). Ao todo, foram investidos R$ 9.566.484,48 de verba pública em eventos carnavalescos, em comemoração a festas de aniversários dos municípios, eventos culturais e ao Dia da Mulher. O cálculo feito pela reportagem é feito com base nos contratos publicados pelas prefeituras nesses três meses.
Nesse quesito, Campo Verde foi a que mais gastou. O prefeito Alexandre Lopes (PDT) contratou Wesley Safadão (R$ 570 mil), Hugo e Guilherme (R$ 370 mil), Murilo Huff (R$ 260 mil), Rio Negro e Solimões (R$ 260 mil), Frank Aguiar (R$ 77 mil) e Erre Som (R$ 12 mil). O valor investido pelo município é equivalente ao investimento na alimentação escolar dos estudantes do ensino fundamental para 2023 (R$ 1,46 milhão) e mais do que a prefeitura vai aplicar no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) (R$ 1,2 milhão), segundo a Lei Orçamentária Anual (LOA), de 2023.
A 2ª cidade que mais gastou foi Barra do Garças (515 km de Cuiabá). Ao todo, foram nove contratos declarados no valor total de R$ 897.500,00. Foram contratos os cantores: Naiara Azevedo (R$ 180 mil), Zé Ricardo e Thiago (R$ 120 mil), João Neto e Frederico e Pedro Paulo e Alex (R$ 160.000,00), Paula Mattos (R$ 150 mil) e outros quatro contratos no valor de R$ 127.500,00. Grandes cidades como Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Primavera do Leste, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Alta Floresta não declararam gastos.
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