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Meio Ambiente
Sábado - 22 de Abril de 2023 às 09:53
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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Sema-MT
O desmatamento ilegal ocorre, principalmente, em áreas indígenas de Mato Grosso
O desmatamento ilegal ocorre, principalmente, em áreas indígenas de Mato Grosso

Depois de liderar por dois meses seguidos como o Estado que mais desmatou na Amazônia Legal, Mato Grosso caiu para a terceira colocação, em março deste ano.

Contudo, a devastação da floresta saltou de 57 km2, em março de 2022, para 86 km2, no mesmo período deste ano, o que corresponde a um aumento de 51% na devastação detectada na parte do bioma localizada no solo mato-grossense.

Os dados são do monitoramento por imagens de satélite feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, entidade brasileira de pesquisa sem fins lucrativos, que, desde 2008, divulga mensalmente o boletim do desmatamento (SAD), publicação que apresenta dados independentes e transparentes sobre o desmatamento e degradação da Amazônia.

O Estado rebate afirmando que dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/Deter) apontaram redução de 26% nos alertas de desmatamento no mesmo mês.

Ainda no Estado, segundo o Imazon, os municípios mato-grossenses campeões de desmatamento foram União do Sul (9 km²), Feliz Natal (9 km²) e Aripuanã (8 km²).

Além disso, Mato Grosso teve a terra indígena (TI) com a maior área desmatada da região.

Trata do território dos povos indígenas isolados Piripkura, localizada entre os municípios de Colniza e Rondolândia, que perdeu em março uma área de floresta equivalente a 100 campos de futebol.

Em toda a região, a derrubada da floresta amazônica triplicou em março e fez o primeiro trimestre de 2023 fechar com a segunda maior área desmatada em pelo menos 16 anos.

Segundo o monitoramento do Imazon, foram destruídos 867 km² nos três primeiros meses deste ano, área que equivale a perda de quase mil campos de futebol por dia de mata nativa.

Mato Grosso respondeu por 25% de todo desflorestamento no bioma amazônico.

Já o campeão no aumento do desmatamento em março passado foi o Amazonas (104 km²), seguido do Pará (91 k2).

Em quarto lugar aparece Roraima (28 km2) e, após, Rondônia (22 km2), Maranhão (9 km2), Acre (3 km2) e Tocantins (1 km2) no mesmo período de 30 dias.

“Os governos federal e dos estados precisam agir em conjunto para evitar que a devastação siga avançando, principalmente em áreas protegidas e florestas públicas não destinadas. Há casos graves como o da unidade de conservação APA Triunfo do Xingu, no Pará, que perdeu uma área de floresta equivalente a 500 campos de futebol apenas em março. Será preciso também não deixar impune os casos de desmatamentos ilegais e apropriação de terras públicas”, alerta o pesquisador Carlos Souza Jr., do Imazon.

OUTRO LADO - Por sua vez, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) divulgou dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/Deter), que apontam redução de 26% nos alertas de desmatamento do mês de março de 2023, no bioma amazônico em Mato Grosso.

Os dados do Inpe, segundo o órgão, são oficiais no país, e são publicados mensalmente como referência para que os estados e órgãos ambientais possam utilizá-los no planejamento das fiscalizações.

Foram registrados 107 km² no mês de março de 2022, enquanto no mesmo período deste ano, 80 km² foram registrados.

Conforme o secretário executivo da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Alex Marega, a principal causa da redução é a atuação do Estado, que endureceu a responsabilização pelos crimes ambientais com o uso de estratégia e tecnologia, para melhores resultados da fiscalização em campo.

Também o Governo do Estado lançou a operação “Amazônia” contra crimes ambientais.

Desde março passado, foram colocados em campo cerca de 200 servidores com o objetivo de reduzir os índices de desmatamento ilegal.

A garantia é de que a política de Mato Grosso é de tolerância zero contra quem insistir em realizar o desmate ilegal.

Na semana passada, representantes da Sema também contribuíram para a construção do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), por meio da consulta pública aberta pelo governo federal.

Na ocasião, Marega ressalta que, nos últimos anos, Mato Grosso manteve o seu plano estadual, integração entre órgãos e investimento de mais de R$ 180 milhões nas ações próprias.

O plano nacional está em consulta pública até o dia 26 de abril.





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