Casos de violência contra mulheres aumentaram 29% na Grande Cuiabá Dados são da Sesp-MT e fazem referência aos 3 primeiros meses deste ano. Ao todo, a pasta já registrou 4.157 ocorrências de janeiro a março de 2016.
O número de ocorrências envolvendo violência contra mulheres na Grande Cuiabá subiu 29,13% nos três primeiros meses de 20146, em relação ao mesmo período de 2015. Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) e são relativos às ocorrências registradas entre 1º de janeiro e 31 de Março. As vítimas, segundo a pasta, tem entre 18 e 59 anos de idade.
Ao todo, apenas nos três primeiros meses deste anos, 4.157 ocorrências já foram registradas, em Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital. No mesmo período de 2015, 3.219 ocorrências foram notificadas. Nas duas cidades, as ameças lideram o ranking de ocorrências. Em Cuiabá, 1.175 mulheres foram ameçadas no período analisado. Já em Várzea Grande, 491 ocorrências deste tipo foram registradas.
A segunda ocorrência mais citada no levantamento é a lesão corporal. Na capital, 509 mulheres foram agredidas, enquanto que, em Várzea Grande o número cai para 198. Na lista, ainda aparecem ocorrências como difamação, injúria e calúnia.
De acordo com a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá, o aumento reflete a ampla divulgalção da Lei Maria da Penha, criada para proteger mulheres de agressões.
"Nós acredtiamos que os números tendem a ser expressivos, justamente pelo grau de conscientização das vítimas", explicou Marieel Antonini, titular da delegacia. Ainda assim, existem casos que não são registrados e ficam na invisibilidade. Segunda a delegada, esses números são tratados como cifras negras e tendem a diminuir. "As mulheres estão passando a acreditar no judiciários e nas punições", explicou.
Ainda segundo a delegada, a maioria dos casos registrados são de violência doméstica. "Nós ainda vivemos numa sociedade patriarcal e que acredita que roupa suja se lava em casa", completou.
De acordo com o levantamento da Sesp-MT, não existe um perfil de vítima nem de agressor. "Muita das vezes as pessoas acham que só mulheres sem estudo, com independência financeira é que são vítimas de agressão. No entanto, isso nem sempre é real", afirmou Mariell.
Casos
Um das ocorrências registradas nesse período, a médica Camila Campagnoli Tagliari, de 29 anos, denunciou o marido, o empresário Marcos Cesar Martins Campos, de 34 anos, após ser espancada por ele, no apartamento onde moravam, em um edifício no Bairro Duque de Caxias, área nobre de Cuiabá.
À polícia, a vítima relatou que participava de uma confraternização com o marido e que, ao retornarem para casa com a filha, ela e o empresário se desentenderam na garagem do condomínio. Durante a discussão, como ela informou à polícia, ele ficou descontrolado e passou a agredi-la com puxões de cabelo, tapas e socos. Camila sofreu fraturas no nariz e teve o tímpano perfurado.
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