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Nacional
Terça - 18 de Agosto de 2015 às 15:33

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Carta de suicídio da mãe do menino Bernardo foi forjada, dizem peritos (Foto: Reprodução/TV Globo)

Inquérito foi aberto para esclarecer morte de mãe

de Bernardo (Foto: Reprodução/TV Globo)

Apontada por uma perícia particular como a autora da suposta carta de suicídio de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Boldrini, a ex-secretária Andressa Wagner registrou boletim de ocorrência na polícia por calúnia e disponibilizou material escrito para ser comparado ao texto original da carta. Ela trabalhava como secretária na clínica de Leandro Boldrini, então marido de Odilaine e pai do menino assassinado em abril do ano passado, no Rio Grande do Sul.

Odilaine morreu em fevereiro de 2010, aos 30 anos. Ela foi encontrada sem vida dentro do consultório do marido, na cidade de Três Passos, com a marca de um tiro de arma de fogo. Na época, a Polícia Civil concluiu que ela se matou, mas o caso foi reaberto em maio deste ano, a pedido da Justiça.

A ocorrência da ex-secretária foi registrada na Delegacia de Três Passos. Segundo o delegado Marcelo Mendes Lech, responsável pela nova apuração do caso, três perícias são consideradas importantes para a investigação ser refeita e avançar: a grafotécnica, que está em andamento e analisa se a carta foi escrita por Odilaine, o resultado daexumação do corpo de Odilaine, feita há uma semana, e a reconstituição do caso no consultório onde aconteceu a morte, que só deve ser feita depois que forem levantados todos os depoimentos necessários.

O pai de Bernardo é réu pela morte do filho, encontrado morto em abril do ano passado, enterrado em um matagal em Frederico Westphalen, a cerca de 80 quilômetros de Três Passos, onde ele morava com a família. Também são acusados a madrasta do garoto, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz. Os quatro estão presos e respondem por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, entre outros crimes, e aguardam julgamento.

Odilaine e Leandro eram casados, mas segundo a família da mulher, estavam prestes a se separar, pouco antes da morte dela. Logo depois, Boldrini assumiu relacionamento com Graciele Ugulini. Desde a morte de Bernardo, a família de Odilaine tenta provar que ela também foi morta por Leandro Boldrini.

A investigação sobre a morte de Odilaine foi reaberta por determinação da Justiça depois que uma perícia particular, contratada pela família, indicou que a suposta carta de despedida não teria sido escrita por ela. O bilhete foi encontrado dentro da bolsa de Odilaine, no dia da morte, em 10 de fevereiro de 2010.

De acordo com a perícia contratada pela família, a carta de Odilaine teria sido escrita pela secretária de Boldrini. Além disso, os peritos também colocaram uma terceira pessoa dentro da sala da clínica médica, onde, em tese, estariam apenas Leandro Boldrini e Odilaine Uglione.

Relembre o caso
- O corpo de Bernardo foi encontrado pela polícia no dia 14 de abril de 2014, enterrado em um matagal de Frederico Westphalen, a cerca de 80 km de Três Passos, onde a família residia. Ele estava desaparecido desde o dia 4 de abril.

- Bernardo Boldrini foi visto vivo pela última vez no dia 4 de abril de 2014 por um policial rodoviário. No início da tarde, Graciele foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. A mulher trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.

Caso Bernardo Boldrini Três Passos RS (Foto: Reprodução/RBS TV)

Bernardo Boldrini tinha 11 anos quando morreu
(Foto: Reprodução/RBS TV)

- Um vídeo divulgado em maio do ano passado mostra os últimos momentos de Bernardo. Ele aparece deixando a caminhonete da madrasta, Graciele Ugulini, e saindo com ela e com a assistente social Edelvânia Wirganovicz. Horas depois, as duas retornam sem Bernardo para o mesmo local.

- Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem do sedativo midazolan. Graciele e Edelvânia teriam dado o remédio que causou a morte do garoto e, depois, teriam recebido a ajuda de Evandro para enterrar o corpo. A denúncia do Ministério Público apontou que Leandro Boldrini atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Conforme a polícia, ele também auxiliou na compra do remédio em comprimidos, fornecendo a receita. A defesa do pai nega.

- Em vídeo divulgado pela defesa de Edelvânia, ela muda sua versão sobre o crime. Nas imagens, ela aparece ao lado do advogado e diz que a criança morreu por causa do excesso de medicamentos dados pela madrasta. Na época em que ocorreram as prisões, Edelvânia havia dito à polícia que a morte se deu por uma injeção letal e que, em seguida, ela e a amiga Graciele jogaram soda cáustica sobre o corpo. A mulher ainda diz que o irmão, Evandro, é inocente.





Fonte: Do G1

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