Família processa Pronto-Socorro e médica
Integrantes da equipe médica, envolvidos no caso de Vitalino Ventura da Silva, 58, o homem que foi encaminhado vivo ao necrotério, devem ser ouvidos pela delegada responsável pela investigação do caso, Anaíde Barros da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), na próxima semana. Após a conclusão do inquérito, a família deve processar o Pronto-Socorro de Cuiabá (PS) e a médica responsável pelo o atendimento ao paciente.
Conforme a advogada da família, Rafaela Galeski, alguns familiares já foram ouvidos na última semana. Nesta quinta-feira (30), outros parentes vão prestar depoimento à delegada.
Ainda segundo Rafaela, após a conclusão do inquérito a família deve processar o Pronto-Socorro de Cuiabá e a médica responsável pelo o caso.
"Estamos esperando terminar a fase dos depoimentos e assim que a delegada finalizar o inquérito, a família quer entrar com uma ação na justiça", disse.
Além da DHPP, o caso será investigado pelo o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM/MT), pela Prefeitura de Cuiabá e também pelo Ministério Público Estadual.
A vice-presidente do CRM, Maria de Fátima Carvalho, explicou que o resultado da sindicância pode demorar até um ano, pois se trata de um processo bastante lento.
Já a prefeitura, através do secretário de Comunicação e Governo Kleber Lima, disse que o prazo para a conclusão da investigação são de 30 dias prorrogáveis.
Sobre o fato da família entrar na justiça contra o PS, Lima ressalta que a medida é direito de qualquer pessoa que se sinta prejudicada.
Entenda o caso
Depois de ser dado como morto por uma hora, Vitalino Ventura da Silva, 58, foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto-Socorro de Cuiabá, no dia 20 de julho. Por volta das 12h a equipe médica do hospital constatou o óbito, conforme informou a advogada da família Rafaela Galeski.
O paciente tinha sido encaminhado vivo ao necrotério no dia 17, após duas paradas cardiorrespiratórias.
Vitalino estava enrolado em um lençol quando um visitante passou próximo à sala do necrotério e percebeu o movimento da respiração por cima do lençol.
O prontuário médico feito a mão indica que o paciente morreu após uma parada cardíaca. Uma hora depois, Vitalino retornou para a Ala Vermelha da unidade, onde estão internados pacientes em estado grave. Este local teria acomodações para no máximo 8 pacientes e nesta segunda-feira estaria com 20.
A família não teve acesso ao prontuário, mas chegou a ser informada do óbito por telefone. Um dos filhos conseguiu a imagem de um relatório escrito à mão por uma médica.
Às 23h da noite, ela descreve a morte: “parada cardíaca, opto por não reanimar devido à gravidade do caso e à falta de prognóstico".
À meia-noite, ela relata que o “paciente retorna do necrotério apresentando movimentos respiratórios espontâneos”.
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