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Nacional
Sexta - 10 de Julho de 2015 às 08:49

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Antônio e Maria José ainda não conseguem entender o que levou as pessoas a espancarem Cleidenilson até a morte

Antônio e Maria José ainda não conseguem entender o que levou as pessoas a espancarem Cleidenilson até a morte Foto: Marcelo Theobald/Extra


No poste que fica em frente ao número 25 da Rua Jaime Costa, no bairro de Jardim São Cristóvão, em São Luís, no Maranhão, a marca de sangue ainda tinge o chão. Foi ali que, na segunda-feira, Cleidenilson Pereira da Silva, amarrado e surrado, morreu, após tentar assaltar um bar a poucos metros de distância. Próximo ao palco da barbárie, o clima é de apreensão, e poucos comentam abertamente o linchamento — os comerciantes da região, em sua maioria, ainda mantêm as portas de seus estabelecimentos cerradas. O silêncio quase hegemônico, porém, não significa arrependimento.

— O desfecho foi bom para todos, pois quem morreu foi o marginal — sentencia, pedindo anonimato, uma filha do dono do bar que seria roubado.

Cleidenilson da Silva 29 anos, morto no Jardim São Cristovão apòs tentativa de homicidioCleidenilson da Silva 29 anos, morto no Jardim São Cristovão apòs tentativa de homicidio Foto: Biné Moraes

Antonio Pereira da Silva e Maria José Gonçalves Pires discordam. Pai e madrasta de Cleidenilson, os dois procuram entender não só o envolvimento do filho no assalto (ele nunca tivera relação com crime),mas também a brutalidade dos que espancaram o rapaz de 29 anos até a morte.

— A única coisa que eu queria perguntar a eles é como estão colocando a cabeça no travesseiro — desabafa, entre lágrimas, a auxiliar de cozinha Maria, considerada por Cleidenilson como sua mãe.

A mãe biológica entregou o filho para o lanterneiro Antônio quando o menino tinha 2 anos, e nunca mais deu as caras. Mais novo entre quatro irmãos, ele estudou até a oitava série (atual nono ano) e começou a usar cocaína aos 15, vício que manteve até o início da vida adulta. Nos últimos dez anos, passou a utilizar somente maconha.

Ruas vazias e comércio fechado após crimeRuas vazias e comércio fechado após crime Foto: Marcelo Theobald/Extra

— Na nossa última conversa, no domingo à noite, eu disse que ele precisava parar com isso. E ele prometeu que mudaria — conta Antonio.

Desempregado há dois anos, Cleidenilson fazia bicos variados para se manter. Na segunda-feira em que morreu, pintaria geladeira para uma vizinha. Com o dinheiro, gostava de fazer pequenos agrados à família. O último, no Dia das Mães, foi uma TV de 14 polegadas dada a Maria.





Fonte: Extra Online

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