Ladrão se 'arrepende', devolve parte do roubo e pede perdão em BH Eva da Silva Alves foi assaltada, sofreu ameaças e teve a mochila roubada. Dois dias depois, criminoso deixou bilhete pedindo desculpas.
Bilhete escrito e deixado pelo ladrão em Belo Horizonte (Foto: Eva da Silva Alves/Arquivo Pessoal)
Um pedido de perdão feito por um ladrão em um bilhete e a devolução de parte do que foi roubado surpreenderam a auxiliar de serviços gerais Eva da Silva Alves, de 36 anos, em Belo Horizonte.
No último dia 1º, ela foi assaltada no bairro Jardim dos Comerciários, na Região de Venda Nova. Eva voltada de um culto quando foi abordada por um homem que usava capacete. “Ele chegou atrás de mim quando eu estava subindo a rua. Ele pediu para eu não gritar, não correr e passar a grana. ‘Passa a grana. Passa a grana’, dizia o assaltante."
Eva disse que ficou com muito medo na hora. “Ele [o criminoso] levantou a camisa e me mostrou alguma coisa na cintura. Não deu pra eu ver o que era, mas eu fiquei com muito medo na hora. O ladrão disse: 'Vai embora e não olha pra trás senão eu atiro'.”
Ela contou que dentro da mochila havia a carteira com documentos, dois celulares, uma sacola com pães, o material e o uniforme escolares. A auxiliar de serviços gerais falou ainda que também estava com R$ 100 que havia sacado mais cedo. O ladrão não levou porque o dinheiro estava escondido em outro local, fora da mochila.
Dois dias depois, tanta agressividade se contrapôs a outro ato do ladrão. Ele colocou dentro de uma sacola todos os documentos, dois chips, o material escolar e o uniforme e abandonou tudo em uma creche, em Venda Nova. Com os objetos havia o bilhete. “Quase chorei quando vi os pães na mochila e a foto dos seus filhos pequenos”, diz parte do recado escrito pelo ladrão.
A mochila e os celulares não foram devolvidos. Eva foi localizada porque, entre os pertences dela, havia um contracheque.
Achar o material escolar que havia sido roubado foi um alívio para a mulher, que estuda para a conclusão do ensino fundamental. Ela precisava de uma apostila com anotações para fazer a prova final. “Não tive oportunidade de estudar quando eu era pequena e eu estava terminando a apostila para entregar.”
De acordo com a Polícia Militar, até a publicação desta reportagem, o suspeito não havia sido detido.
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