Avô de garoto morto diz que filho é inocente Polícia vai investigar o pai da criança, que teria tentado esconder o crime. 'Se provarem que ele foi negligente eu não irei defendê-lo', disse avô.
O avô paterno de Samuel Macedo Neves, de três anos, morto asfixiado em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, disse que pediu ao Conselho Tutelar para não deixar o neto ir para a casa do pai.
O avô Cristiano Neves falou que a madrasta, que confessou ter matado o menino e está presa, não gostava de Samuel. Por isso, o avô disse temer pela vida do neto. A polícia vai investigar o pai da criança, que teria tentado esconder o crime. Cristiano disse que acredita na inocência do filho.
O Conselho Tutelar de Cachoeiro informou que tinha conhecimento das possíveis agressões à criança e que em momento algum negligenciou o caso, mas que não pôde impedir que o pai visse o filho. O conselho informou que um relatório foi feito e encaminhado ao Ministério Público.
Cristiano Neves e o neto Samuel, morto asfixiado
(Foto: Arquivo Pessoal/ Cristiano Neves)
Samuel morreu no sábado (4), em Cachoeiro, enquanto estava na casa do pai. A versão inicial contada pelo pai da criança foi de que ele havia se afogado em um balde.
Ele foi levado para o hospital, mas morreu antes de ser atendido pelos médicos. Após o autópsia, o Departamento Médico Legal (DML) constatou que a causa da morte foi asfixia.
Avô
“Pedi a proteção para o meu neto, porque eu sabia que ela (madrasta) não gostava do meu neto. Ela tinha muito ciúmes do pai de Samuel. Cheguei a falar que um dia o meu neto, cedo ou tarde, iria ser entregue morto a mim, mas eles não me deram crédito”, disse Cristiano Neves.
O avô de Samuel disse que não se relacionava com o filho, Eliú Rosa Neves, depois que ele conheceu a madrasta, Juliana Vicente.
“Ela veio para a vida do meu filho para destruí-lo. Nós éramos amigos, mas depois que ele a conheceu, colocou meu filho contra mim e ele ficou dois anos sem falar comigo. Ela o domina. Voltei a falar com meu filho na delegacia. Ele me disse que estava sem chão”, contou Cristiano.
Acredito na inocência, mas se provarem que ele foi negligente não irei defendê-lo, passar a mão na cabeça dele. Vai ter que pagar pelo que fez"
Cristiano Neves, avô paterno da criança
Samuel viveu os seis primeiros meses de vida na casa do avô, depois, passou a morar com a mãe. Nas redes sociais, o avô lamentou a perda do neto e disse que o ama eternamente e sempre sentirá saudades.
Inocência
O avô de Samuel disse que acredita que o filho não matou o neto, mas preferiu não comentar a omissão do filho quanto às agressões por não ter conhecimento de todos os fatos. “Acredito na inocência dele de coração, mas se provarem que ele foi negligente eu não irei defendê-lo, passar a mão na cabeça dele. Vai ter que pagar pelo o que fez”, disse o avô de Samuel.
Agressões
De acordo com a mãe da criança, Lorena Macedo, as queixas de agressões contra a criança também foram levadas às autoridades. “Várias vezes ele voltou machucado, com as costas roxas, arranhado, parecia que tinha recebido socos nos olhos. Mesmo assim, o pai falava que Samuel tinha caído do carrinho, brincando, mas era impossível”, contou a mãe da criança.
Há duas semanas, uma audiência decretou que a guarda de Samuel seria permanentemente da avó materna, mas que o pai poderia levá-lo para casa a cada 15 dias.
Esse sábado (4), era o primeiro final de semana do menino após a sentença. Para a mãe, o crime poderia ter sido evitado se a decisão do juiz tivesse sido diferente.
“O juiz tinha todas as provas que o pai dele não era um bom pai, mas mesmo assim quis deixar o meu filho com um cara que é um monstro, com uma mulher que não gostava dele. O que era para eles fazerem, que era proteger, não fizeram. Agora a única coisa que eu quero é justiça”, desabafou Lorena.
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