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Nacional
Terça - 23 de Junho de 2015 às 18:46

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A Polícia Militar abriu um inquérito policial-militar e afastou de atividades externas, preventivamente, nesta terça-feira (23), os PMs que foram à Rocinha na noite em que o pedreiro Amarildo de Souzadesapareceu, em julho de 2013. O Jornal Nacional exibiu nesta segunda-feira (22) reportagem com imagens de câmeras de vídeo que apontariam a existência de um volume na parte traseira de um doscarros do Bope que foram à sede da UPP naquela noite. O Ministério Público do Rio de Janeiro vai reabrir a investigação do caso para apurar se o volume seria o corpo de Amarildo e se membros da tropa de elite teriam participado na ocultação do corpo – que nunca apareceu.

Na época, o Bope e o major Edson Santos, então comandante da UPP da Rocinha e ex-integrante da unidade, afirmaram que o batalhão fora chamado para dar apoio aos PMs na favela. Havia, segundo eles, risco de ataque de traficantes à UPP. Naquela noite, no entanto, não houve nenhum confronto. O grupo permaneceu cerca 40 minutos na favela e, segundo o Jornal Nacional, o GPS do veículo onde estaria o volume estaria desligado.

O comando da Polícia Militar se mobilizou nesta terça para discutir o assunto em reuniões que tomaram toda a manhã -- uma delas envolveu representantes das áreas operacionais e administrativas da corporação. Foi decidida a abertura do IPM e o afastamento dos 14 policiais que estiveram na Rocinha naquela noite. Internamente, a medida é vista também como uma maneira de preservar os policiais até que haja uma apuração final do episódio.

A avaliação do comando da PM é de que a reportagem apresentada no Jornal Nacional lança suspeitas e dúvidas sobre sua unidade de elite com base em ilações e hipóteses que teriam fundamentos frágeis. A preocupação é grande com o desgaste da imagem do Bope, unidade de maior prestígio da corporação, que vem tentando reconstruir seu perfil atuando ativamente em ações de retomada de território para a implantação de UPPs. A atual gestão da PM vem defendendo a mudança de modelo de confronto para a expansão da polícia de proximidade no Rio, em busca de construir uma relação de confiança com a população. As suspeitas de envolvimento de policiais desta tropa em um caso como o do desaparecimento de Amarildo traz grande prejuízo a essa mudança de posicionamento da corporação.

De acordo com pessoas ouvidas por ÉPOCA, os policiais afastados já haviam prestado depoimento durante a investigação da Polícia Civil sobre o caso. O afastamento é considerado um inconveniente operacional para a unidade porque retira de ação um número significativo de agentes da ponta da linha. Oficiais ligados ao Bope argumentam que policiais experientes – alguns com 30 anos de polícia – como os da patrulha que foi à Rocinha não aceitariam a responsabilidade de assumir um crime cometido por terceiros. Ademais, o major Edson Santos já estava fora do Bope e não é considerado uma liderança capaz de inspirar na tropa seguidores cegos.





Fonte: Época

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