Preso, presidente da Andrade entra com pedido de liberdade Otávio Azevedo e Elton Negrão foram presos nesta sexta-feira (19) pela PF. Pedido de liberdade será analisado pelo desembargador João Pedro Neto.
Neste sábado (20), o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, foi conduzido por policiais federais ao IML de Curitiba para fazer exame de corpo de delito. (Foto: Cassiano Rosário/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Presos nesta sexta-feira (19) na 14ª fase da Operação Lava Jato, o presidente da construtoraAndrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo, e o diretor-executivo da empreiteira Elton Negrão apresentaram ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) pedidos de liberdade. A solicitação de habeas corpus será analisada pelo relator do caso no tribunal, desembargador João Pedro Gebran Neto. Não há previsão de quando o magistrado analisará os pedidos.
Os dois executivos da Andrade Gutierrez, segunda maior construtora do país, foram os primeiros dos 12 presos desta nova etapa da Lava Jato a solicitarem o habeas ao TRF-4, Corte sediada em Porto Alegre que abrange os processo de segunda instância da Justiça Federal na Região Sul. Azevedo e Negrão estão sob prisão preventiva, que não tem prazo determinado.
Nesta fase, também foram detidos pela PF, por ordem da Justiça Federal do Paraná, outros dois executivos da Andrade Gutierrez e mais sete dirigentes da construtora Odebrecht, incluindo o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht.
Segundo a Polícia Federal, os executivos presos são suspeitos de crime de formação de cartel, fraude em licitações, corrupção de agentes públicos, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. No despacho em que justificou as prisões, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, disse que há provas e fatos específicos que relacionam os presidentes da Andrade Gutierrez e da Odebrecht aos crimes.
Uma das provas usadas pelo Ministério Público Federal para solicitar as prisões é uma troca de e-mails interceptada pela PF na qual executivos da Odebrecht e da Braskem, subsidiária do Grupo Odebrecht, tratavam por escrito de “sobrepreço” em contratos relacionados a sondas.
O inquérito da Polícia Federal também relata que Otávio Azevedo vendeu uma lancha ao lobista Fernando Soares, conhecido como "Fernando Baiano", acusado por delatores da operação de ser o operador das supostas propinas pagas ao PMDB.
As investigações também apontam que Elton Negrão, executivo da Andrade Gutierrez, foi citados como contato para o "recebimento de propinas" e também como representante da construtora nas reuniões do chamado "clube das empreiteiras", que dividia, entre si, contratos de obras da Petrobras.
Corpo de delito
Neste sábado (20), os 12 presos da 14ª fase da Lava Jato foram levados ao Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba para fazer o exame de corpo de delito. O procedimento é de praxe sempre que alguém é preso pela polícia.
Eles saíram da carceragem da Polícia Federal (PF) por volta das 9h30 e seguiram para o IML, chegando ao local perto das 10h. Do total de presos, quatro estão em caráter temporário, e os demais, em caráter preventivo.
Eles ficaram no IML por cerca de duas horas. A expectativa é de que os depoimentos dos presos à PF sejam realizados neste fim de semana.
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