Menino que ofendeu ator mirim tem 13 anos e odeia negros Adolescente localizado após investigação da família de Kaik cria perfis falsos na internet
A família do ator mirim Kaik Pereira, de 12 anos, está investigando a agressão sofrida pelo garoto em uma rede social. Em um post compartilhado em sua página no Instagram, no último domingo (7), o garoto foi xingado por causa da cor da pele. A família descobriu que o agressor costuma criar perfis falsos na internet para disseminar ódio aos negros.
Os familiares conseguiram chegar ao agressor, que tem apenas 13 anos, graças a um amigo que entende de computadores. Fabiana Pereira, mãe de Kaik, afirma que o adolescente conta com a ajuda de uma amiga da escola para criar os perfis.
— Ele tem ódio mortal de negros.
Uma garota que estuda na mesma escola do agressor também entrou em contato com a família e descreveu o comportamento dele. Ela não quer ser identificada porque tem medo. De acordo com Fabiana, a menina relatou que o adolescente trata mal os colegas negros.
— De algum modo ele tem que pagar porque sabe o que está fazendo.
Ainda segundo Fabiana, após o ataque, o garoto continuou ofendendo a família dela.
— Eu tô revoltada. Ele postou um comentário no R7 “ah vocês acham que vão tirar dinheiro e mim e tão muito enganado (sic)". Ele entrou no Instagram e me xingou, xingou meu marido. Temos que tomar uma atitude, fazer alguma coisa.
Fabiana contou que o filho mudou de comportamento depois das agressões.
— Apesar de ele falar que não liga, ele mudou um pouco a atitude. Ele anda meio para baixo. A gente que é mãe sente.
Atualmente, Kaik, que mora na capital paulista, está em Bertioga para as gravações da novela Escrava Mãe, da Rede Record. A família pretende registrar um boletim de ocorrência nesta semana.
Perseguição
O R7 conversou com a família do suposto agressor de Kaik. A mãe do adolescente nega as acusações e diz que o filho está sendo perseguido por alguém que o apontou como racista. A mulher, que não quer ser identificada, registrou um boletim de ocorrência por calúnia na Delegacia do Menor e afirma que o perfil de onde partiram as ofensas racistas é falso.
— O advogado vai mexer com isso, vai descobrir de onde partiu essa conta falsa. O meu filho não fez isso.
Segundo ela, uma pessoa apontou o filho dela como agressor em um comentário. A família desconfia de alguém, mas prefere não divulgar o nome para não atrapalhar as investigações. Por enquanto, a mulher não cogita entrar com processo na Justiça.
— A nossa orientação é de não dizer. Agora, vão tentar recuperar o IP do email que geraram.
Ainda de acordo com a mulher, o garoto está há três semanas sem acesso à internet porque tirou uma nota baixa na escola. O celular dele está com o pai, que leva o aparelho para o trabalho todos os dias. A mulher contou ainda que só ficou sabendo da história após ser procurada pela reportagem. Ninguém da polícia entrou em contato com a família, que mora no Mato Grosso do Sul.
O garoto está frequentando a escola normalmente, onde, segundo a mãe, nunca foi apontado como preconceituoso ou racista.
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