Doleiro perde na Justiça barras de ouro apreendidas pela PF em Cuiabá Empresário acusado de financiar quadrilha de tráfico foi preso em janeiro. Com ele, a polícia também apreendeu mais de meio milhão em dinheiro.
Preso desde janeiro deste ano, o empresário Marson Antônio da Silva perdeu na Justiça o direito à propriedade das 14 barras de ouro de mais uma quantia em pepitas apreendidas na casa dele, no Bairro Popular, em Cuiabá, durante a Operação 'Soberba', da Polícia Federal. Com ele, a polícia ainda apreendeu mais de meio milhão de reais em dinheiro, em notas de real e dólar, além de R$ 50 mil em cheques.
Pelo crime de usurpação do patrimônio da União, já que, segundo o juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal em Mato Grosso, não houve comprovação de posse legal do metal precioso, foi fixada a pena da prestação de serviços comunitários. O advogado dele, Huendel Rolim, informou já ter recorrido da decisão.
No entanto, ele teve a prisão decretada por suspeita de financiar uma quadrilha de tráfico de drogas com atuação em Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo. Por causa dessa acusação de associação ao tráfico, o empresário continuará preso. Ele está no Centro de Ressocialização de Cuiabá.
Na decisão, o magistrado argumentou que Marson não comprovou a origem lícita do ouro apreendido, com extração ou produção devidamente autorizada pelo poder público, evidenciando que a exploração do mineral se deu de forma ilegal. "O réu é casado com uma juíza de direito, que relatou, em seu depoimento judicial, ter aconselhado seu esposo a não “mexer” com ouro, o que demonstra mais uma vez que a alegação de desconhecimento da ilicitude da conduta não se sustenta", pontuou.
À Justiça, o réu alegou que o ouro era proveniente de garimpeiros, mas, consta no processo, que, ao ser questionado se tem algum documento que comprovasse a origem desse ouro e se possui alguma autorização dos órgãos competentes para adquirí-lo, admitiu que não.
O ouro apreendido está avaliado em mais de R$ 550 mil e, conforme o juiz, pertence à União. "Os bens minerais extraídos sem a prévia e competente autorização do Departamento Nacional de Proteção Mineral (DNPM), pertencem à União, tenho que esses minerais qualificam-se como produto de crime, razão pela qual decreto a perda desses bens
em favor da União", decidiu.
O empresário é acusado de manter uma empresa de turismo de fachada em São Paulo, usada para lavar o dinheiro obtido por meio do tráfico, conforme a PF.
Na operação, deflagrada no dia 29 de janeiro, a polícia cumpriu 11 mandados de prisão preventiva e dois de prisão temporária, em Cuiabá, Várzea Grande, região metropolitana da capital, Mirassol D'Oeste, a 329 km da capital, e em cidades localizadas nos estados de São Paulo e Minas Gerais, onde a organização criminosa também atuava e, inclusive, tinha escritórios.
A droga era comprada na Bolívia e trazida para Mato Grosso. Os traficantes então distribuíam o entorpecente em várias cidades e em outros países, entre eles Espanha e Portugal, onde uma pessoa foi presa durante as investigações.
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