Médicos de Cuiabá decidem nesta quinta se continuam em greve Greve teve inícioa há 13 dias; reunião de conciliação marcou avanço nas negociações
Os médicos da rede pública de Saúde de Cuiabá vão decidir, na noite de hoje (23), durante assembleia geral da categoria, se irão continuar com a greve deflagrada no último dia 10.
Os profissionais vão analisar as propostas apresentadas ontem (22) pela Prefeitura Municipal, durante audiência de conciliação realizada na sala de mediação do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos, do Tribunal de Justiça.
Entre os acordos firmados, ficou decidido que a Prefeitura deve homologar o concurso público realizado em janeiro, nomeando, em duas etapas, 170 novos médicos até o final do ano.
O Executivo municipal deve apresentar ainda, uma planilha com detalhes sobre o lotaciograma dos servidores, além de um projeto para a diminuição das filas nas unidades de saúde e a garantia da segurança durante 24 horas por dia nas policlínicas, na UPA e no Pronto-Socorro da Capital.
"Nós sabemos que o serviço de saúde pública, mesmo em época de normalidade, já costuma ser precário, tão aquém do desejável e do merecido pelas pessoas. Então, imagina deixar essa situação se prolongar"
A presidente do núcleo, desembargadora Clarice Claudino da Silva, explica que o Poder Judiciário interveio porque a situação não pode mais se "arrastar" e para evitar mais prejuízos à população que está desassistida dos serviços públicos de saúde há 13 dias.
“Temos tentado intermediar esse conflito, porque a população e o interesse social estão acima de tudo”, afirmou.
Ela afirmou que só uma decisão judicial não vai viabilizar melhores condições de trabalho, que é uma reivindicação constante da classe médica, nem aliviar o sofrimento das pessoas que dependem desse serviço.
“Nós sabemos que o serviço de saúde pública, mesmo em época de normalidade, já costuma ser precário, tão aquém do desejável e do merecido pelas pessoas. Então, imagina deixar essa situação se prolongar. Por isso, nós nos sentimos responsáveis socialmente enquanto Poder Judiciário. Temos que intervir, tentar aproximar as partes e fazer com que elas vejam onde está a melhor saída para cada item dessa reivindicação”, afirmou a desembargadora.
Ainda na audiência de conciliação, um novo encontro ficou marcado para o próximo dia 15 de junho, a fim de acompanhar os avanços firmados entre as partes.
A greve
A greve, que foi considerada ilegal pela desembargadora Maria Helena Póvoas antes mesmo do movimento ter início, começou na tarde sexta-feira (10).
A categoria cobra melhores condições de trabalho, segurança nas unidades de saúde e reajuste salarial.
Por conta da paralisação, pacientes enfrentam problemas para serem atendidos nas principais unidades da saúde de Cuiabá
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