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Política
Quinta - 23 de Abril de 2015 às 13:59
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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A oitiva de Valter Boulos, representante da Planservi Engenharia - empresa que fez o gerenciamento e fiscalização da implantação do Veículo Leve sobre os Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande - não convenceu o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das obras da Copa do Mundo de 2014, o deputado estadual Oscar Bezerra (PSB), que não descarta a possibilidade de uma nova convocação futura.

“Ele deixou bem claro desde o começo que a empresa está preocupada em atender aos interesses de seu cliente, que neste caso é o governo passado. É muito cômodo ele chegar aqui e dizer que cumpriu seu contrato. Mas nossa avaliação é que, no mínimo, ele poderia ter dito que não queria ser conivente com o que aconteceu em relação às obras”, avaliou o socialista.

A análise de Oscar foi com base nas alegações de Boulos de que a Planservi não tinha “poder de polícia” para impedir a continuidade da obra ou cobrar do governo uma atitude mais taxativa em relação às recomendações que fazia e não eram atendidas pelo consórcio.

Enquanto a auditora do Estado Neiva Isabel da Rosa, que também prestou depoimento nesta quarta-feira (22), afirmou ter notado uma “baixa atuação das autoridades competentes” no sentido de evitar atrasos ou problemas nas obras, Boulos afirmou que houve, sim, “boa vontade” por parte do governo em solucionar as inconsistências apontadas pela gerenciadora, mas não tempo hábil para que isso fosse feito.

“O trabalho da Planservi é fazer os apontamentos para o cliente, que é o governo. O que ele vai fazer a respeito é decisão dele, mas não acho que faltou iniciativa. Muita coisa ainda pode ser corrigida. E o consórcio [VLT Cuiabá] atendeu muitas das coisas que apontamos, não é assim como está parecendo, que eles não fizeram nada”, defendeu.

O representante da gerenciadora sustentou ainda que todo o dinheiro investido na implantação do modal até agora, cerca de R$ 1,078 bilhão, foram revertidos em obras. “O que foi pago à empreiteira está lá”, garantiu, defendendo ainda a qualidade dos empreendimentos.

A tendência da CPI agora, segundo Oscar, é convocar dois empregados da Planservi que atuaram diretamente na fiscalização das obras do VLT para prestar depoimento. Um deles atuava como fiscal e outro viajou à Espanha para vistoriar a fabricação dos vagões adquiridos pelo governo do Estado. As oitivas, no entanto, ainda precisam ser aprovadas pelos demais membros.





Fonte: A Gazeta

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