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Cidades
Quarta - 22 de Abril de 2015 às 11:18
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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Pacientes que precisam de atendimento médico na rede pública de Saúde reclamam das longas horas de espera causadas pela greve dos médicos, em Cuiabá. 


Apenas casos de emergência e urgência continuam a ser avaliados nas unidades da capital.

A greve, que foi considerada ilegal pela desembargadora Maria Helena Póvoas, começou na tarde sexta-feira (10).

A categoria cobra melhores condições de trabalho, segurança e reajuste salarial.

A Prefeitura, por sua vez, afirma que já atendeu à maioria das reivindicações, como a realização do concurso público e a contratação de policiais para fazerem a segurança das unidades de Saúde.

Em entrevista ao MidiaNews, o secretário de Governo e Comunicação da Capital, Kleber Lima, declarou que a Prefeitura vai representar criminalmente, por omissão de socorro, o Sindimed e os profissionais, individualmente, que não estiverem cumprindo a jornada, caso ocorra qualquer complicação com pacientes que procurarem a rede municipal de Saúde.

“A greve é ilegal, os médicos estão descumprindo uma decisão judicial e, se algum paciente vier a óbito, eles terão que se responsabilizar pelo caso”, disse.

Acontece que a precariedade dos serviços está afetando quem precisa do atendimento.

Na tarde de segunda-feira (20), a falta de médicos na Policlínica do bairro Coxipó, por exemplo, gerou confusão entre os servidores da unidade e os pacientes.

A dona de casa Edna Paniago de Souza afirmou que estava desde as 10h da manhã no local e, até o fim da tarde, tinha passado apenas pela triagem.

"A enfermeira disse que meus sinais vitais estão normais e, por isso, pediu para que aguardasse o atendimento, mas já tem seis horas que estou esperando e nenhum médico me chamou ainda"

A enfermeira disse que meus sinais vitais estão normais e, por isso, pediu para que aguardasse o atendimento, mas já tem seis horas que estou esperando e nenhum médico me chamou ainda”, disse ela.
Bruno Cidade/MidiaNews
Pacientes reclamam que servidores favorecem atendimento a pessoas conhecidas


Revoltada, a filha de Edna, que não quis se identificar, disse que os servidores da unidade estavam privilegiando atendimento a pessoas conhecidas.

“Já passaram mais de 12 pessoas na frente da minha mãe e não eram pacientes com casos de emergência”, afirmou.

Lupi Alves, que diz ter sintomas da dengue, também aguardava atendimento no local por cerca de cinco horas.

“Me falaram que só iam atender os casos de emergência, como caso de pessoa esfaqueada, urgente mesmo. Disseram que meu caso não é urgente, e teria que aguardar”, disse.

Ferido e com dores no braço, Leonildo Bezerra, que caiu de moto, revelou que na triagem, as enfermeiras avaliaram o seu caso como "azul", que é considera normal.
Bruno Cidade/MidiaNews
Leonildo aguardava por atendimento por cerca de quatro horas


"É um absurdo o que estão fazendo. Era mais fácil eles dizerem logo que não vão nos atender, porque parece que ficam esperando a gente desistir"

É um absurdo o que estão fazendo, era mais fácil eles dizrem logo que não vão nos atender, porque parece que ficam esperando a gente desistir”, reclamou.

Uma enfermeira da unidade, que não quis se identificar, afirmou que apenas dois médicos clínicos estavam atendendo na unidade.

Um deles, entretanto, estava no horário de descanso, que é de duas horas, e por isso, conforme ela, houve uma aglomeração de pessoas aguardando para serem atendidas.

“A situação que já é ruim aqui, tem piorado com a greve. Todos os casos de emergências estão sendo atendidos normalmente, os outros casos serão atendidos, mas terão que aguardar”, disse.

Conciliação

Uma audiência de conciliação entre o Sindicato dos Médicos e a Prefeitura de Cuiabá, está marcada para hoje (22), no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

A sessão busca encontrar um acordo entre as partes, para que seja encerrada a greve geral dos profissionais da Saúde.

A audiência terá a presença de magistrados representantes do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos do TJMT.





Fonte: Midia News

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