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Nacional
Segunda - 20 de Abril de 2015 às 15:36
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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Juliana é advogada em Miami (Foto: Site oficial Juliana Leite.com/reprodução)Juliana, ex-BBB4 é advogada nos EUA (Foto:
Reprodução/Site do escritório de advocacia)

O senador democrata por Nova Jersey Robert Menendez, de 61 anos, é acusado de usar influência política para ajudar doadores de campanha, segundo umareportagem do jornal norte-americano "New York Post".

Entre as alegações está a de ter trabalhado para facilitar a obtenção de vistos de permanência nos Estados Unidos para namoradas estrangeiras do cirurgião ocular Salomon Melgen. Uma das beneficiadas foi identificada pelo "Post" como a ex-integrante da quarta edição do "Big Brother Brasil" Juliana Lopes Leite, de 34 anos. Hoje ela é advogada em Miami.

O cirurgião, que é casado, foi apontado como um dos maiores doadores de campanha do senador democrata devido aos laços de amizade entre os dois. Menendez responde a oito acusações envolvendo suspeitas de corrupção política. Se condenado, o político pode pegar até 15 anos de prisão.

O G1 tentou contato com Juliana na manhã desta segunda-feira (20) por e-mail e por telefone. Foram feitas cinco ligações para o escritório de advocacia dela em Miami. Em duas ocasiões, uma atendente desligou a chamada após a identificação de que se tratava da imprensa brasileira. Nas demais vezes, as ligações foram desconectadas automaticamente após entrar em linha.

O e-mail enviado para Juliana pergunta se ela conhece o cirurgião e o senador e qual a versão dela sobre a suposta irregularidade na obtenção do visto, mas não houve retorno até a publicação desta nota.

Juliana trabalhou como atriz em novelas e posou para revistas masculinas no Brasil antes de se mudar para Miami e se tornar advogada. Outras beneficiadas do esquema teriam sido uma atriz ucraniana que se mudou para a Flórida e duas dominicanas.

A versão do político sobre os fatos não foi divulgada pelo jornal. O G1 mandou um e-mail ao escritório de Menendez no Senado norte-americano e espera resposta.

Juliana, na época do BBB4 (Foto: Tv Globo)Juliana, na época do BBB4 (Foto: Tv Globo)

Segundo o "Post", Juliana admitiu à publicação que ela conhece o cirurgião, mas se recusou a comentar a investigação. O senador sabia que Juliana era uma das namoradas do cirurgião, conforme relatam os dados da investigação, diz o jornal.

O pedido para o visto de Juliana teria ocorrido em 24 de julho de 2008 quando o senador pediu a um ajudante para mandar um e-mail a um integrante do alto escalão do Departamento de Estado para “considerar com atenção” o pedido de visto para a modelo brasileira, que gostaria de entrar nos EUA com visto de estudante.

A “namorada nº 1”, como os investigadores citariam Juliana nos documentos oficiais, havia se inscrito para cursar direito na Universidade de Miami e solicitaria o visto em Brasília no dia seguinte. Juliana, que é de Brasília, formou-se na Universidade de Miami em 2010.

O cirurgião Melgen já está preso por outro processo, envolvendo encargos de fraudes médicas, alegando inocência em ambos. Ele é mantido preso no Centro Federal de Detenção, em Miami.

Senador Robert Menendez é acusado de corrupção envolvendo a obtenção de vistos para os EUA (Foto: Escritório oficial do senador/divulgação)Senador Robert Menendez é acusado de corrupção
envolvendo a obtenção de vistos para os EUA
(Foto: Escritório do senador/divulgação)

Laços políticos
Conforme o jornal, o cirurgião e o senador conheceram-se em 1993 e o senador foi convidado para voar no jato de Melgen para visitar a residência do médico na República Dominicana em várias ocasiões. As interferências do senador a favor do amigo começaram em 1998 quando Melgen queria que duas irmãs dominicanas, uma de 22 anos e outra de 18 anos, passassem as festas de fim de ano com ele nos Estados Unidos, diz o "Post".

O cirurgião, que teve o pedido dos vistos negado após ter escrito uma carta para a embaixada na República Dominicana, pediu ajuda do amigo senador que, na época, relatou a um ajudante que iria pessoalmente ligar para o embaixador e, se isso não funcionasse, apelaria ao Departamento de Estado.

Um membro do Departamento do Estado, cuja identificação não foi divulgada, teria respondido ao senador que concordava com os vistos. Semanas depois, as irmãs passaram por um novo processo de obtenção dos vistos e, desta vez, obtiveram a aprovação.





Fonte: Do G1

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