Preso, ex-secretário tenta afastar juiz de processos da operação Ararath Éder Moraes apresentou seis pedidos de exceção de suspeição contra juiz. Investigado por crimes financeiros, ex-secretário está preso há 17 dias.
Preso há 17 dias em Cuiabá, o ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso Éder Moraes protocolou entre quarta-feira e esta sexta-feira (17) seis pedidos de exceção de suspeição contra o juiz da Quinta Vara Federal de Mato Grosso, Jeferson Schneider, que tem julgado os processos a que Éder tem respondido por conta das acusações de crimes financeiros investigados na operação Ararath. Procurada para falar a respeito, a defesa de Éder alegou não poder se manifestar por força de segredo de Justiça.
Cinco dos seis pedidos foram protocolados na última quarta-feira e, nesta sexta-feira, a defesa de Éder protocolou o último na Justiça Federal de Mato Grosso.
O pedido de exceção de suspeição é realizado quando a parte argumenta que o magistrado responsável pelo julgamento do caso não se encontra apto para a função por falta de legitimidade. O magistrado deve se manifestar reconhecendo-se ou não suspeito para seguir acompanhando o processo. Neste caso, o juiz Jeferson Schneider já recebeu os processos em seu gabinete, mas ainda não se manifestou, segundo informou a assessoria de imprensa da Justiça Federal em Mato Grosso.
Éder Moraes responde a sete processos provocados pelas investigações da Polícia Federal (PF) na operação Ararath e que atualmente tramitam na Quinta Vara da Justiça Federal em Mato Grosso, todos decorrentes da operação. A PF investiga a atuação do ex-secretário como um dos articuladores e operadores de um esquema complexo de operações financeiras clandestinas envolvendo nomes da alta cúpula do poder político no estado.
Até hoje a operação foi deflagrada pela PF em sete fases, todas com cumprimento de mandados judiciais de busca e apreensão ou de prisão. A última, realizada no dia 1º de abril, contou com a prisão preventiva de Éder Moraes, que foi encaminhado para o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC).
No último dia 15, Éder deixou o CCC temporariamente para ser interrogado na sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa (AL) que apura irregularidades nas contratações de obras da Copa do Mundo na região metropolitana. A prisão da sétima fase da operação Ararath foi a segunda sofrida por Éder desde o início da operação. Em 20 de maio de 2014 ele foi preso pela primeira vez e ficou sob custódia da PF em Brasília.
Sobre os pedidos de exceção de suspeição, o advogado Ronan de Oliveira, que defende Éder Moraes nos processos da operação Ararath, explicou à reportagem que não poderia fornecer detalhes – como a motivação para os pedidos - por uma questão de sigilo judicial.
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