Capital mato-grossense tem menos carros e mais quilômetros de lentidão, conforme Instituto Maplink
Campeã do Centro-Oeste
Cuiabá é a campeã em congestionamentos do Centro-Oeste, conforme o Instituto Maplink, empresa especializada em cobertura de trânsito em tempo real. Nos horários de pico, as cidades de Brasília, Campo Grande e Goiânia, juntas, somam 72 km de lentidão. Já na Capital mato-grossense, no mesmo horário, o caos chega a atingir 77 km.
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cuiabá, tem a menor frota de veículos da região se comparada as outras capitais, com 318 mil veículos, contra 453 mil de Campo Grande, 996,5 mil de Goiânia e 1,4 milhão de Brasília.
Segundo dados do MapLink, até mesmo em horários, por volta das 16h, em que não há um número tão grande de veículos nas ruas, a cidade acumula 46 km de lentidão. Os principais corredores da cidade, como as avenidas Lava-Pés, Generoso Ponce, Fernando Corrêa da Costa e Coronel Escolástico, ficam completamente parados por volta das 19h e os veículos não ultrapassam a média de 10 km por hora.
A vendedora Anelice Auxiladora, de 25 anos, mora na região do Coxipó e trabalha no Centro Político Administrativo (CPA). Ela afirmou que tem evitado sair de casa de carro, principalmente nos horários de pico, por conta do estresse. “Eu tenho perdido mais de duas horas e meia por dia apenas dentro do carro, não tenho mais nem tempo para ficar com as minhas filhas”, afirmou.
O mesmo fenômeno também é visto nos corredores de Várzea Grande, cidade vizinha a Cuiabá, com a lentidão mesmo fora dos horários de pico.
Na cidade, os moradores também vêm sofrendo com o trânsito. Segundo o comerciante, Antônio Domingos, de 47 anos, que mora no município, desde que nasceu a cidade nunca esteve tão caótica. “Aqui em Várzea Grande está terrível. As principais avenidas simplesmente estão bloqueadas e os desvios são um verdadeiro caos”, disse.
De acordo com o professor de Transporte e Logística da faculdade de engenharia Civil, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Luiz Miguel de Miranda, os dados apenas comprovam a falta de organização do sistema viário de Cuiabá e Várzea Grande.
Ele explicou que enquanto todas as outras capitais foram planejadas, Cuiabá não. “Somos resultado de um crescimento desordenado e desenfreado por isto pagamos caro. Há mais de 30 anos, a cidade não recebe uma reforma no sistema viário”.
Miranda afirmou que além da falta de planejamento no trânsito, houve também falta de planejamento nos desvios e cronogramas das obras para a Copa, o que tem gerado congestionamentos quilométricos nos desvios. “Eles deviam ter sido planejados e desenhados antes do início das obras”.
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