Com onda de rebeliões em presídios, 89 detentos são transferidos em Natal Revoltas ocorrem no estado desde a semana passada. Presidiários de outras unidades também serão removidos.
Presos do CDP da Ribeira deixaram a unidade na manhã desta terça-feira (Foto: Divulgação/Sejuc-RN)
Cerca de 90 presos do Centro de Detenção Provisória da Ribeira, na Zona Leste de Natal, foram transferidos na manhã desta terça-feira (17). O destino dos detentos não foi revelado por questão de segurança.
Ao longo do dia, presidiários de outras unidades também serão removidos. As medidas, segundo a Coordenadoria de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte, são necessárias em razão da série de rebeliões que vêm ocorrendo no sistema penitenciário.
Os motins começaram na quarta (11) e continuaram na quinta, sexta e nesta segunda. Oito unidades prisionais já foram atingidas.
A situação levou à exoneração do secretário estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Zaidem Heronildes da Silva Filho, e o governo decretou situação de calamidade no sistema prisional.
A Secretaria de Segurança Pública afirma que "não vai negociar com preso".
Nova rebelião
Ainda na manhã desta terça, detentos da Penitenciária Estadual do Seridó Desembargador Francisco Pereira da Nóbrega, o Pereirão, em Caicó, iniciaram um motim. De acordo com o diretor da unidade, Alex Alexandre Dantas, os presos começaram a quebrar as grades das celas por volta das 7h.
Cerca de 600 presos cumprem pena na unidade prisional, que tem capacidade para 367 detentos. A direção do presídio já pediu reforço da Polícia Militar.
Ameaça dos presos
"Todas as cadeias do Rio Grande do Norte vão derrubar as grades". O recado foi dado pelos presos do sistema penitenciário potiguar em um vídeo gravado durante a onda de rebeliões.
Nas imagens, gravadas de dentro de uma unidade prisional, os detentos exigem a saída da diretora da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, Dinorá Simas. A penitenciária, localizada em Nísia Floresta, é a maior unidade prisional do estado e apontada como foco do início dos motins.
Falta de vagas
Também em decorrência dos motins, o Ministério Público do Rio Grande do Norte instaurou inquérito civil para investigar a falta de vagas nos presídios do estado. O inquérito vai apurar medidas usadas pelos órgãos públicos responsáveis pela gestão do sistema penitenciário estadual.
Segundo o MP, a população carcerária no RN é de aproximadamente 7.650 pessoas, mas o Estado tem cerca de 4 mil vagas.
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