Jornal: jihadistas vendem na web peças de saque 'The Times' afirma que grupo jihadista financia suas atividades com vendas. Unesco definiu ação como 'saque sistemático' para gerar lucro.
'The Times' noticia venda de antiguidades saqueadas pela internet (Foto: Reprodução/The Times)
Peças arqueológicas saqueadas pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque são vendidas em sites de compra e venda como eBay, revelou nesta sábado (14) o jornal britânico "The Times". Leia aqui.
Segundo o periódico, os extremistas vendem peças de cerâmica, moedas e joalheria para financiar suas atividades em um momento em que aumenta a pressão militar por parte do exército iraquiano, que é apoiado pelos bombardeios da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
O diretor da Unesco no Iraque, Alex Plathe, afirmou ao jornal britânico que o Estado Islâmico comete um "saque sistemático" de sítios arqueológicos com o objetivo de "gerar lucro".
Os especialistas suspeitam que os jihadistas saqueiem estes locais por encomenda de colecionadores, e mais tarde vendem as peças roubadas, diz o jornal.
"É possível comprar moedas antigas cunhadas na Síria pela internet', disse ao "The Times" o especialista Erin Thomson, para quem é "difícil determinar se um objeto foi saqueado recentemente ou vem de uma fonte legítima".
"Mesmo assim, quando se encontra objeto procedentes de (cidade síria de) Apamea à venda em 'eBay', é um sinal que algo está ocorrendo", disse Thomson à publicação.
Um porta-voz do portal de internet afirmou que a companhia "retira objetos de venda" a pedido das autoridades, "apoia as investigações" da polícia e "sempre está preparada para investigar a procedência" de peças que causam "preocupação".
Especialistas acreditam que os jihadistas utilizam rotas para a Jordânia, Líbano e Turquia para introduzir antigos tesouros da Síria e Iraque nos mercados de antiguidades internacionais.
Segundo a Unesco, cinco dos seis sítios arqueológicos protegidos na Síria ficaram seriamente danificados pelos saques. Na semana passada, foi divulgado que o Estado Islâmico saqueou e destruiu no Iraque o sítio arqueológico de Dur Sharrukin, capital Assíria no século VIII a.C.
Os jihadistas também destruíram peças da mesma época no Museu de Mossul, assim como a antiga cidade iraquiana de Hatra, de mais de dois mil anos, declarada Patrimônio da Humanidade.
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