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Saúde
Sexta - 13 de Março de 2015 às 07:46
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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CDC/PHANIE
Vírus chikungunya foi isolado a partir de amostras humanas por laboratório do Instituto Carlos Chagas, da Fiocruz Paraná
Vírus chikungunya foi isolado a partir de amostras humanas por laboratório do Instituto Carlos Chagas, da Fiocruz Paraná

Pesquisadores do Instituto Carlos Chagas (ICC), da Fiocruz Paraná, estão mais perto de desenvolver um teste rápido para detectar o chikungunya, doença que já infectou 3.822 pessoas desde que chegou ao Brasil no ano passado.

Este mês, a equipe conseguiu isolar o vírus a partir do soro do sangue de pacientes infectados. Ter o vírus isolado significa, segundo a pesquisadora Claudia Nunes Duarte dos Santos, chefe do Laboratório de Virologia Molecular do ICC, obter matéria-prima permanente para pesquisas sobre a doença.

“Conseguimos crescer o vírus em cultura e podemos manipular, infectar outras células, usar como reativo para teste diagnóstico e estudar diferentes aspectos do vírus”, diz. O foco de sua equipe agora é validar um kit diagnóstico desenvolvido pelo laboratório para detectar a doença em apenas 15 minutos a partir de uma gota de sangue.

Atualmente, o teste padrão para detecção do chikungunya usado pelo Ministério da Saúde é do tipo Elisa (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). Ele é capaz de detectar os anticorpos produzidos pelo organismo em reação ao vírus. Por isso, o exame só é eficaz a partir do quinto dia do aparecimento dos sintomas. O resultado também não é imediato: demora alguns dias para sair.

Por causa das limitações relacionadas a esse teste, depois que os primeiros casos são constatados com exame laboratorial em determinada região, ocorrências posteriores são confirmadas apenas por critérios clínicos e epidemiológicos, segundo determinação do Ministério da Saúde.

Um teste rápido e acessível poderia mudar essa situação, segundo Claudia. “É importante que o paciente sabia na beira do leito a doença que tem para que possa ter um prognóstico melhor.”

Segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (12) pelo Ministério da Saúde, só neste ano já houve 1.049 casos confirmados da doença no país: 590 no Amapá e 459 na Bahia.

A pesquisa sobre o vírus chikungunya começou a ser feita no ICC antes mesmo de a doença chegar ao país, há três anos. “Tínhamos tudo pronto para validar o kit, mas nunca conseguíamos amostras de pacientes”, diz Claudia. Agora, com uma amostra grande de pacientes disponível, a validação do teste rápido é uma questão de meses, segundo a pesquisadora.

Selo - Chikungunya (Foto: G1)

A pesquisadora lembra que já há um teste rápido para detectar chikungunya que está sendo aplicado em algumas cidades da Bahia. Ele foi desenvolvido por uma empresa privada e promete informar o resultado em 20 minutos.

Sintomas dolorosos
A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa "aqueles que se dobram", em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa.

Em compensação, comparado com a dengue, o novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada a outros problemas de saúde, ela pode até contribuir como causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).





Fonte: Do G1

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