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Política
Terça - 10 de Março de 2015 às 18:25
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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Pesa contra o ex-deputado federal Pedro Henry [sem partido] a suspeita de participação em uma manobra política para que Paulo Roberto Costa fosse nomeado no cargo de diretor do setor de abastecimento da Petrobras, em 2004. A articulação também teria o envolvimento de outros dois deputados federais, do já falecido José Janene e Pedro Corrêa, ambos do PP, partido ao qual Henry também fazia parte. No entanto, no ano passado, depois dele ter sido condenado e preso no processo do Mensalão, foi expulso da sigla.

O advogado de Pedro Henry, Luiz Alberto Derze, informou que ainda não tomou conhecimento do teor das investigações e, assim que tiver acesso ao processo, se reunirá com o ex-deputado para verificar qual a medida a ser adotada.

No inquérito do Ministério Público Federal (MPF), consta que o trio chegou a trancar a pauta do Congresso Nacional para pressionar o governo a nomeá-lo no comando da diretoria do setor de abastecimento da estatal. Depois da nomeação dele no cargo, os 'padrinhos' continuaram a defendê-lo. Em 2006, quando Paulo Roberto da Costa ficou doente, políticos e funcionários da Petrobras fizeram uma movimentação para tentar tirá-lo do cargo, nesse período em que ele estava afastado temporariamente.

Senadores peemedebistas então teriam pressionado o governo federal para que Paulo Roberto permanecesse na função para que ele pudesse atender aos interesses da legenda. Ele exerceu o cargo de 2004 a 2012 após indicação do PP e, posteriormente, com o apoio do PMDB, segundo o MPF.

Os recursos desviados eram repassados em duas etapas aos integrantes do esquema. Primeiro, o dinheiro era repassado das construtoras para o operador. Para tanto, havia basicamente três formas: entrega de valores em espécie; depósito e movimentação no exterior e contratos simulados de consultoria com empresas de fachada. O grupo era composto por quatro núcleos: o político, econômico, administrativo e financeiro. Paulo Roberto, que durante as investigações decidiu colaborar com informações.

Em um dos depoimentos, o ex-diretor da Petrobras declarou que enquanto agente público recebia vantagens indevidas de prestadoras de serviço da estatal e que parte desses valores eram repassados regularmente para partidos políticos e parlamentares que davam sustentação ao esquema criminoso.

A ligação do PP com o esquema que veio à tona durante a Operação Lava Jato era forte, como declarou o doleiro Alberto Youssef, que também recebeu a delação premiada por colaborar com as investigações. "A estrutura criminosa montada no âmbito do Partido Progressista era estável e perene, permanecendo em funcionamento mesmo após a alteração na estrutura de comando do partido, conforme relato do operador do esquema", diz trecho do ação.

Mensalão
Pedro Henry foi preso em dezembro de 2013 após ter sido condenado a mais de sete anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele ficou 10 meses preso e faz quatro meses que começou a usar tornozeleira eletrônica e cumpre pena em casa. Desde o ano passado, ele trabalha no Hospital Santa Rosa, em Cuiabá. Henry é médico.





Fonte: Do G1

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