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Prefeito de Cuiabá atribui CPI a rejeição de aumento do duodécimo
Mauro Mendes vê ação para cassá-lo do poder
O prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB) atribuiu a criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Maquinários na Câmara Municipal como parte de uma ação política que busca demovê-lo do poder Executivo e que pode até mesmo resultar em cassação de mandato. A declaração de Mendes foi dada no começo da tarde desta terça-feira (27) no Hotel Paiaguás após apresentar um projeto de revitalização do bairro do Porto.
Ao ser questionado se acreditava que havia alguma articulação do Legislativo com o intuito de demovê-lo do poder e até mesmo de cassá-lo, Mendes afirmou que os indícios disso são evidentes. Porém, acredita que tal ação não deverá prosperar no campo político.
“Não tenho a menor dúvida em relação a isso, mas tenho absoluta tranquilidade. Estamos numa Capital onde existem pessoas inteligentes, imprensa e Judiciário. As pessoas podem sonhar com qualquer tipo de ilação, mas entre ou seus sonhos, o desejo e a realidade, existe um respeito à democracia e a inteligência das pessoas”, afirma.
O prefeito ainda atribuiu a investigação contra si por conta de sua rejeição em aumentar o duodécimo, que é o repasse financeiro do Executivo ao Legislativo, que atualmente corresponde a R$ 2,7 milhões, o que levou a contrariar interesse dos parlamentares.
“O vereador João Emanuel, enquanto presidente do Legislativo, requereu R$ 7 milhões a mais para o orçamento da Câmara Municipal. Nós mostramos que isto não seria possível porque não constava no orçamento. Não vou tirar dinheiro para fazer ato ilegal. Não adianta choradeira”, afirma.
Com a renúncia de João Malheiros (PR), eleito vice-prefeito de Cuiabá, o primeiro na linha sucessória é o presidente da Câmara Municipal. Por conta disso, o vereador João Emanuel (PSD) foi taxado de “golpista” e “chantagista” pela equipe de secretariado do Palácio Alencastro.
Em meio a um clima de guerra envolvendo a base aliada e oposicionistas do prefeito Mauro Mendes (PSB) na Câmara Municipal de Cuiabá, foi aberta uma CPI para investigar o contrato que o município firmou com a empresa Trimec Engenharia para locação de maquinários. A empresa é administrada pelo empresário Wanderley Torres, sócio de Mendes numa empresa de mineração e um dos maiores doadores de dinheiro no período de campanha eleitoral.
Mendes saiu em defesa da investigação e reforça a conotação política na iniciativa do Legislativo ao observar que houve erros na condução da CPI. “O poder Legislativo tem o poder de investigar e não tenho nada contra CPI alguma. O que me causa estranheza é a falta de transparência. A nomeação dos membros da CPI foi feita de forma equivocada”.
A CPI dos Maquinários é composta pelos vereadores Toninho de Souza (Presidente), Allan Kardec (Membro Titular) e Ricardo Saad (Relatoria). Todos são parlamentares de partidos oposicionistas, o que tem levado a base aliada do prefeito no Legislativo a reivindicar alterações.
Na linha crítica de discurso, Mendes ainda defendeu que a Câmara Municipal investigue atos da Mesa Diretora presidida pelo vereador João Emanuel (PSD).
“Defendo que as 5 CPIs sejam abertas, não tenho medo de nada e pode investigar. Espero que o Executivo seja investigado bem como o próprio Legislativo que não está imune das investigações internas”.
Em um ato considerado de retaliação à investigação dos maquinários, a base aliada de Mendes emplacou na Câmara Municipal a CPI da grilagem de terras, Processo Legislativo e da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
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