Justiça bloqueia R$ 93 milhões de réus da operação Ararath em MT Entre os réus estão os ex-secretários Éder Moraes e Vivaldo Lopes. Suposto esquema de lavagem de dinheiro foi investigado pela PF.
A Justiça Federal já bloqueou R$ 93 milhões dos réus das cinco ações penais oriundas da Operação Ararath, da Polícia Federal, que investigou suposto esquema de lavagem de dinheiro e crimes financeiros em Mato Grosso, por meio de factorings de fachadas e outras empresas. As informações são do Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF-MT). Entre os réus estão o ex-secretário de Fazenda Éder Moraes e a mulher dele, Laura Moraes, o ex-secretário adjunto de Fazenda Vivaldo Lopes, e o superintendente do Bic Banco no estado, Luis Carlos Cuzziol. Treze inquéritos da PF ainda estão em andamento.
As defesas de Éder e Laura Moraes, Vivaldo Lopes, Luiz Carlos Cuzziol e dos advogados Kleber e Alex Tocantins afirmam que os clientes são inocentes das acusações. Ouvido pela reportagem da TV Centro América, o MPF disse que 70 pessoas são investigadas por suspeita de participação no esquema que teria movimentado milhões de reais.
"Estima-se que o valor total que circulou pelo esquema é de meio bilhão de reais. Porém, nós só poderemos trabalhar com números absolutos e precisos depois que o MPF houver encerrado o seu trabalho e oferecido todas as denúncias em relação a todos os fatos e pessoas envolvidas. Porém, até o momento nas cinco ações penais já propostas e recebidas pela Justiça, houve um total de R$ 93 milhões em bens e valores bloqueados", disse o procurador da República Ronaldo Queiroz.
Desde junho de 2014 o MPF montou uma força-tarefa para acompanhar a operação Ararath. Os réus dos cinco processos que tramitam na esfera federal são acusados pelo empresário Júnior Mendonça, que tem acordo de delação premiada, de participar de um grande esquema de lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro e contra a administração pública com corrupção ativa e passiva.
Mendonça é dono de uma rede de postos de combustíveis e de uma factoring que, segundo os procuradores, não tinha autorização do banco central para funcionar como uma instituição bancária. E era usada para levantar dinheiro para campanhas eleitorais.
Segundo o MPF, Moraes foi o grande articulador do esquema de empréstimos fraudulentos. “Pelas denúncias que já foram oferecidas o senhor Éder Moraes era um dos principais operadores e articuladores do esquema. Ele realmente era quem fazia a intermediação entre a instituição financeira clandestina, os empresários. Fazia esse dinheiro circular e se beneficiava também desse esquema”, disse Queiroz.
Das cinco ações penais que tramitam na Justiça, apenas uma está concluída aguardando sentença. Nos dias 6 e 12 de março estão marcadas audiências para ouvir as testemunhas de acusação arroladas pelo MPF contra Moraes e mais dois réus, os advogados Kleber e Alex Tocantis Matos.
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