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Cidades
Terça - 03 de Fevereiro de 2015 às 13:39
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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Duas penitenciárias de Mato Grosso têm déficit de mais 100% de vagas. A situação da unidade de Sinop é a mais alarmante, com capacidade para atender 326 reeducandos, a penitenciária abriga hoje 780, o que corresponde a 139,2% acima do ideal. A Penitenciária Central do Estado (PCE) vem em seguida, com 1.785 presos, enquanto na verdade deveria atender a 851, uma superlotação de 109%.

Diretor da PCE, Roberval Barros diz que o trabalho desenvolvido pelos servidores é diretamente prejudicado por causa do excesso de detentos. “É claro que atender a mais que o dobro do que suporta nossa unidade atrapalha nosso dia a dia. Deixamos de executar projetos diversas vezes, porque já temos um efetivo que já é baixo para atender a demanda ideal, imagina para trabalhar com o dobro”.

Barros relata que mesmo considerando a situação complicada, a realidade na PCE já foi muito pior. “Quando assumi a direção existiam 2.060 presos. Quando acho difícil administrar a PCE, faço um retorno ao passado e volto a acreditar que ainda conseguiremos ter um sistema penitenciário balanceado”.

Situação parecida acontece no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). Diretor da unidade há dois anos, Winckler de Freitas Teles acredita que se existissem mais unidades, principalmente voltadas para a reinserção do reeducando a sociedade, os presídios teriam vagas sobrando. “Como a situação nunca mudou, aprendemos a trabalhar com o que temos.

Poderíamos desenvolver outras frentes e de forma mais eficaz se tivéssemos mais unidades para descentralizar os reeducandos”. O CRC atualmente abriga 715 presos, mas a capacidade máxima é para 470, 52% acima do ideal. “Em 2013 existiam aproximadamente 1.380 detentos no CRC. Foi e continua sendo um desafio lidar com a superlotação, mas aos poucos tenho esperança que as coisas irão mudar”.

Penitenciária Major PM Zuzi Alves da Silva, de Água Boa (730 km a Leste de Cuiabá) não difere das demais unidades prisionais e a superlotação na ala masculina alcança o percentual de 38,6%. Atendendo a 452 detentos, enquanto o número máximo deveria ser 326, a unidade também acaba prejudicada. Diretor adjunto, Nilson dos Santos Penteado também se mostrou acostumado com a situação. “A superlotação no sistema prisional é um problema crônico e de âmbito nacional. Não que eu ache que isso não vá mudar, até porque muita coisa já melhorou nos últimos dois anos, mas o déficit de vagas nos presídios já existe há muito tempo e aqui em Água Boa não é diferente”.

No cargo de diretor da Penitenciária Major PM Eldo Sá Corrêa, em Rondonópolis (212 km ao Sul), há quase três anos, Agnon Sérgio Silva Ramos diz que se o Estado cumprir o cronograma de entrega das unidades prisionais que estão sendo executadas desde a gestão anterior, o desempenho nas unidades terá uma alta considerável. “Trabalhar com um número que a própria estrutura do presídio foi preparada para suportar, com certeza será maravilhoso. Inclusive tenho muita curiosidade em saber como é essa sensação, porque desde sempre lidamos com a superlotação”.

Ramos fala ainda que não perdeu as esperanças de Mato Grosso ter um sistema penitenciário no qual outros estados possam se espelhar. “Eu sinto pela nossa situação, mas hoje estamos em uma posição tranquila se comparada com a de outras unidades federativas. Se continuarmos a cobrar por melhorias e o governo entender essa necessidade, tudo acabará bem”





Fonte: A Gazeta

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