Governo deve retomar obra parada em Cuiabá para construir maternidade Obra de Hospital Central teve início em 1985, mas foi abandonada. Estado pretende aproveitar estrutura e construir Centro Materno-Infantil.
O governo de Mato Grosso anunciou nesta sexta-feira (23) que deverá retomar as obras abandonadas do Hospital Central de Cuiabá, na região do Centro Político Administrativo, aproveitando a estrutura deixada há quase 30 anos para construir um Centro Materno-Infantil com capacidade para realizar 500 partos por mês.
Iniciadas em 30 de março de 1985, as obras do Hospital Central foram paralisadas devido a indícios de desvio de verba pública em 1987, tendo sido retomadas em 1991 e, em seguida, paralisadas novamente. Com mais de vinte anos de abandono, a estrutura de 19 mil metros quadrados e tomada pelo matagal se tornou símbolo da ineficiência do poder público em Mato Grosso.
Ao tomar posse, o novo governador do estado, Pedro Taques (PDT), comprometeu-se a licitar as obras de continuidade e conclusão do Hospital Central até abril. Esta meta foi incluída no contrato de gestão dos primeiros 100 dias de governo assinado por Taques com o secretário de estado de Cidades, o arquiteto Eduardo Chiletto.
Adaptação
Foi realizada uma avaliação do estado do prédio abandonado e, constatada a segurança da obra, o estado determinou a realização de um outro estudo, desta vez para verificar como a estrutura poderia ser aproveitada para um novo projeto de unidade de saúde com capacidade para atender a demandas da região da baixada cuiabana.
A alternativa encontrada pelas secretarias de Cidades e de Saúde, do sanitarista Marco Bertúlio, foi de se erguer uma nova maternidade, com capacidade para 200 leitos, abrangendo Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, UTI pediátrica, UTI adulta, enfermaria “mãe-canguru”, enfermaria pediátrica, ginecologia e obstetrícia, internação em alojamento conjunto, pronto atendimento, pronto-socorro pediátrico e atendimento diferenciado ao parto.
Obra do Hospital Central de Cuiabá começou há
quase 30 anos. (Foto: Reprodução/TVCA)
O objetivo do governo é entregar a primeira etapa da obra em 2016, com a entrega dos blocos C e D, com 34 ambulatórios de especialidades e leitos para gestantes e crianças.
Já em junho de 2017 está prevista a inauguração dos blocos A, B e E, com áreas de diagnóstico, internação, administração e recepção geral. O cronograma foi divulgado pelo secretário Eduardo Chiletto.
Por sua vez, o secretário de Saúde, Marco Bertúlio, informou que estuda a assinatura de uma parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) para que ela assuma a gestão dos serviços hospitalares.
Efeito 'bumerangue'
Compromisso firmado durante a posse, o governador Pedro Taques lançou o projeto de retomada das obras do Hospital Central com menos de um mês de mandato. Com a ideia de transformar a estrutura abandonada em uma maternidade, Taques acabou contraindo para si uma tarefa que ele mesmo cobrou do governo do estado no passado.
Quando ainda atuava como procurador da República no Ministério Público Federal (MPF), em 2003 Taques assinou ação judicial para forçar o estado a retomar as obras, as quais já se encontravam abandonadas. À época, a Justiça determinou que o estado assumisse a retomada dos trabalhos, o que não ocorreu. Agora, como chefe do Poder Executivo de Mato Grosso, Taques deverá cumprir a medida que ele mesmo cobrou do estado na função de procurador.
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