Polícia Civil prende traficante acusado de atentado contra juíza Jair Ribeiro Souza, o "Bira", era foragido da Penitenciária Central e agia na fronteira com a Bolívia

Policiais civis prenderam Jair Ribeiro Souza, o "Bira", acusado de ser o mandante do atentado contra a casa da juíza Hanae Yamamura de Oliveira Gabriel, em São José dos Quatro Marcos (320 km a Oeste de Cuiabá). 

A prisão ocorreu na tarde de quarta-feira (21), no Distrito de Santa Rita, próximo de Cáceres (a 100 km de Quatro Marcos). A ação contou com apoio da Delegacia Regional da Polícia Federal.

Segundo os policiais, Jair Souza fugiu há dois anos da Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, usando um alvará de soltura de outro detento. Na fuga, ele contou com apoio da atual companheira.

Os policiais acrescentaram que, desde a fuga, o bandido fugiu para a Bolívia, onde atuava no tráfico de drogas.

Seu papel seria enviar cocaína para outros traficantes da região da fronteira.

Os policiais descobriram que, há cerca de uma semana, houve uma desavença com um traficante na Bolívia, o que obrigou Jair a retornar ao Brasil, depois que foi baleado com quatro tiros.

Usando o nome de um irmão, ele foi levado de ambulância até o Hospital Regional de Cáceres, onde recebeu assistência médica e, depois, fugiu.

A delegada de São José dos Quatro Marcos, Anamaria Machado, explicou que os dois irmãos são muito parecidos e, por isso, Jair acabou passando no processo de constatação.

“Acreditava-se que era ele. Quando percebemos que era o Bira, ele já tinha sido liberado”, disse.

A partir daí, os policiais ficaram no encalço do traficante, que foi preso dias depois na casa do irmão.

A delegada lembrou que Bira tem mais de 35 anos de condenação e também fazia ameaças de morte à juíza que o sentenciou nos crimes de tráfico de drogas e tentativa de homicídio.

Atentado

As investigações apontam que Jair de Souza estava preso quando teria mandado atirar contra a residência da juíza.

O atentado contra a casa da juíza ocorreu no dia 18 de abril de 2008, quando foi alvejada por seis disparos de pistola semiautomática.

O atentado estaria relacionado ao tráfico de drogas e a um caso que era julgado pela magistrada.

Nas investigações, a polícia prendeu Ernani Inácio Rosa, 28, conhecido por “Fandango, autor dos disparos contra a casa da magistrada..

Dois irmãos de Bira e a mulher dele foram apontados como suspeitos. “Fandango” foi morto há dois anos.

O caso foi investigado pelo delegado Walfrido Flanklin Nascimento, que, à época, descobriu que, em uma atitude desesperada, Bira chegou a escrever uma carta de seis laudas para a juíza Hanae Yamamura de Oliveira Gabriel, afirmando que as “investigações foram promovidas por ódio dessa autoridade e do promotor de Justiça da Comarca”.

O conteúdo da carta mencionava ainda que ele (Bira) era inocente e que “todas as pessoas que se opuseram a ele terminaram mal”.

Um dia antes do atentando, Bira recebeu a visita da mulher e de um irmão dele.

Durante a visita, ele teria afirmado que, naquela noite, iria “passar um susto” na juíza de São José dos Quatro Marcos.