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Cidades
Terça - 20 de Janeiro de 2015 às 08:55
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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Levantamento realizado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) aponta que 17 policiais civis e militares morreram no ano passado. Deste total, 11 óbitos aconteceram enquanto os profissionais estavam fora do horário de trabalho. Quatorze vítimas eram militares e três civis. Em 2013, foram 16 óbitos.

Para o professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Naldson Ramos, as mortes de policiais fora do ambiente de serviço são consequências de dois fatores. O primeiro é que o profissional não tem a retaguarda de outros policiais para auxiliar no momento do crime e o outro fator é a sensação de surpresa imposta pelo criminoso. “Uma pessoa envolvida no mundo no crime que pretende assaltar um lugar, por exemplo, não tem a intenção de imobilizar a pessoa que faz a segurança do local. A ideia é mesmo eliminá-la para alcançar o objetivo, como também para não dar oportunidade desta pessoa reagir”.

Em relação aos fatores que levam os policiais a aceitarem serviços além da demanda da Segurança Pública está tanto o baixo salário, como também a “certeza” de que algo jamais irá acontecer. “Muitos acreditam que quando situações de perigo forem registradas, vão conseguir reagir primeiro que o criminoso. O baixo salário e a dificuldade de ascensão na carreira também figuram como motivos para ter uma renda extra. Também pode-se afirmar que o esquema de plantão, aquele em que o policial trabalha 24 horas e folga 48 horas, é um estimulo para que o agente tenha um emprego de ‘bico’”.

Para Ramos, a existência de sindicatos e associações é uma forma de modificar a realidade dos profissionais. Segundo ele, uma luta por salário digno e demais melhorias para a carreira, por exemplo, deve sempre ser organizada por estas instituições. Outro ponto, destacado pelo sociólogo, é a própria consciência do profissional. “Antes de tudo, o policial precisa ter consciência e não por sua vida em risco por conta de um bico, que as vezes gira em torno de R$ 700”.

O presidente da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Oficiais Administrativos da PM e Corpo de Bombeiros, sargento Luciano Esteves Correa Costa, afirma que a penalidade aplicada às pessoas que cometem crimes contra policiais deveria ser tratada de forma diferenciada. Para ele, a pena destas pessoas deveria ter algum agravante. “Quem sabe, dessa forma, os crimes contra policiais diminuiriam e os criminosos pensariam duas vezes antes de ferir aqueles que representam o Estado. A nossa profissão nos limita de determinadas coisas, de frequentar locais. A vida de uma pessoa que se torna policial se modifica a partir do momento que esta ingressa na carreira”.

Outro lado - de acordo com nota divulgada pela Polícia Militar, por meio da assessoria de imprensa, o salário pago aos militares de Mato Grosso é regido por tabela regulamentada pela lei 10.076. Em relação a programas de proteção, a informação é de que os agentes que ingressam na carreira militar têm consciência da profissão escolhida.

Sobre concurso público, a assessoria da Sesp informa que não há previsão para novo certame. Sobre a jornada desenvolvida pelos profissionais, o órgão argumenta que atualmente no Estado é desenvolvida a chamada “jornada voluntária”. A Sesp ainda afirma que o policial que se sentir ameaçado pode acionar o serviço “contra-inteligência de segurança orgânica”, e que o caso será monitorado.





Fonte: A Gazeta

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