Suposto pivô de crime confirma caso com socialite e encontros com vítima Empresário disse à polícia que relacionamento com Marcelaine durou 9 anos. Depoimento de socialite deve acontecer na próxima quinta-feira (15).
O homem que teria motivado a tentativa de homicídio contra a estudante de direito Denise Almeida Silva, de 34 anos, disse à polícia que mantinha "amizade estreita" com a vítima e com a socialite Marcelaine Santos Schumann, de 36, apontada como mandante do crime. Denise foi baleada no estacionamento de uma academia no Centro de Manaus em 12 de novembro de 2014.
A TV Amazonas teve acesso às declarações do empresário, de 49 anos, dadas à polícia na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequetros (DEHS), cinco dias após o crime.
Ele afirmou conhecer Denise, "mantendo com ela há dois anos e um mês uma amizade estreita, em que trocavam ligações, mensagens telefônicas e se encontravam com frequência".
Denise foi baleada no carro, em academia
(Foto: Arquivo pessoal)
O empresário disse ser casado há 18 anos e que sabia que a estudante também era casada – eles se falavam em segredo, contou. Afirmou ainda que mantinha um relacionamento com Marcelaine Schumann há nove anos, mesmo sabendo que a socialite também era casada.
Segundo a polícia, o suposto triângulo amoroso teria despertado os ciúmes de Marcelaine, que encomendou a morte de Denise. A socialite viajou para os EUA no dia do crime e foi presa em 5 de janeiro ao retornar ao Amazonas.
Ciúmes
A socialite teria descoberto a "amizade estreita" entre Denise e o empresário há cerca de um ano e três meses, passando a confrontar o amante, a estudante e o marido dela, segundo o depoimento.
Nas declarações, o empresário afirma que Denise e Marcelaine teriam se encontrado em uma panificadora do bairro Vieiralves, na Zona Centro-Sul de Manaus, em setembro de 2014. Na ocasião, a socialite pediu desculpas pelos danos causados ao casamento da estudante e ambas teriam pactuado romper com empresário.
Socialite no dia em que foi presa ao retornar dos EUA (Foto: Jamile Alves/G1 AM)
Entretanto, o empresário contou à polícia que seguiu se relacionando com as duas. Ele disse que Marcelaine chegou a segui-lo e gravar imagens de um encontro com Denise no Parque do Idoso, também situado no Centro-Sul da capital.
O empresário revelou ainda que Denise ligou para ele logo após ter sido baleada, por volta das 8h do dia 12. No mesmo dia, o homem falou com a socialite sobre o crime.
Ele afirma que, após a tentativa de homicídio, recebeu do marido da vítima – o advogado Erivelton Barreto – a seguinte mensagem: "Vou acertar as contas com você!". Ao G1, Barreto negou que tenha realizado as ligações.
O G1 fez contato com o empresário, mas ele não quis falar sobre o caso. Ele se limitou a dizer que não tem o nome citado no processo e que só dará declarações à polícia.
Ameaças
Em entrevista ao G1 e à TV Amazonas, em 19 de dezembro, Denise Silva negou qualquer relacionamento com o homem que seria amante de Marcelaine. Ela disse que recebia ameaças da socialite há seis meses e que, antes disso, não conhecia o empresário. "Não sou amante dessa pessoa, nunca tive nada próximo dessa pessoa", disse.
Já Marcelaine Schumann não quis comentar o assunto quando foi presa pela Polícia Federal ao voltar a Manaus. A socialite deve ser ouvida pela Polícia Civil no próximo dia 15.
O crime
No dia do crime, o atirador se aproximou do carro onde estava Denise e atirou três vezes. Dois tiros atingiram a vítima. Ela foi levada para o hospital e recebeu alta após dois dias, mas ainda está com um projétil alojado na coluna.
"A mandante [Marcelaine] criou na cabeça dela que o namorado estava tendo um caso com a Denise. Ela ofereceu R$ 7 mil para que o executor matasse ou aleijasse a vítima, mas eles receberam apenas R$ 4 mil", disse o delegado Paulo Martins, titular da DEHS, logo após a prisão de três pessoas suspeitas de envolvimento no crime.
A prisão preventiva da socialite foi decretada pela Justiça do Amazonas em dezembro do ano passado, quando ela ainda estava nos Estados Unidos e passou a ser considerada foragida.
Envolvidos
Contando com Marcelaine, quatro pessoas já foram presas por envolvimento na tentativa de homicídio. Rafael Leal dos Santos, de 25 anos, conhecido como "Salsicha", é apontado como o atirador. Ele foi preso na casa do avô na cidade de Anori, a 234 km de Manaus. O homem teria recebido R$ 3.500 pelo crime.
Carro no qual Denise foi baleada em estacionamento de academia (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)
Depois de ser preso, Rafael confessou a tentativa de homicídio e apontou a participação de outras duas pessoas no crime: Charles "Mac Donald" Lopes Castelo Branco, de 27, que teria negociado o crime com a mandante, e Karen Arevalo Marques, de 22, que intermediou o aluguel da arma. Karen e Charles também foram presos.
No dia 19 de dezembro, a polícia prendeu o vigilante Edney Costa Gomes, de 26, que teria sido o responsável por indicar e fornecer contatos de "Mac Donald" (primo dele) e de Rafael Santos (autor dos disparos).
De acordo com a polícia, Edney foi procurado por um vigilante que é amigo de faculdade da socialite para cometer o crime. Ele teria recusado uma proposta de R$ 6.500 por medo. A polícia investiga a existência desse amigo de Marcelaine.
Trecho do depoimento do suposto amante (Foto: Reprodução/TV Amazonas)
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