10 quebra-galhos que você não deve fazer no seu carro
Todos nós já passamos (ou iremos passar) por situações em que o dinheiro está curto e o carro precisa de manutenção. Nesse momento, é importante saber onde dá para economizar e onde é melhor não correr o risco.
Durante tantos anos trabalhando com manutenção, não foram poucas as vezes que neguei a execução de alguns serviços. Muitas vezes o amigo de um cliente sugere um reparo paliativo, dizendo que deu certo no carro dele, mas esta informação, na maioria das vezes, não possui um respaldo técnico. Tudo que precisa ser feito deve ser bem feito.
Veja 10 jeitinhos para problemas mecânicos e entenda por que evitá-los:
1) Riscar um pneu careca
Alguns borracheiros possuem uma ferramenta (faca de corte) utilizada para fazer novos sulcos em pneus que já estão carecas – e eles são colocados à venda como “pneus meia vida”. Fuja deles. Estes sulcos diminuem drasticamente a resistência do pneu, e você poderá descobrir isto tardiamente. Lembre-se de que é melhor colocar um pneu novo de qualidade inferior (que dure menos) do que colocar a vida dos ocupantes em risco.
2) Desamassar roda
Roda e martelo não combinam. Quem faz este tipo de reparo certamente nunca teve acesso a uma fábrica de rodas e tão pouco estudou a resistência dos materiais. Os metais possuem duas zonas de solicitações, a primeira chama-se elástica. É aquela que, mesmo quando o metal é deformado, volta à sua conformação original. E existe a zona plástica, onde as deformações são permanentes, ou seja, aquela que você precisa desamassar na base do martelo. Quando se usa o martelo (ou prensa) para colocar a peça nas dimensões originais, aquela região do retrabalho fica fragilizada e, com qualquer impacto, voltará a se deformar.
3) Colocar água fria no reservatório
Se seu carro consome água com frequência, leve-o ao mecânico para identificar o vazamento. Em caso de superaquecimento do motor, não coloque água fria no reservatório. Você poderá causar empenamento ou até uma trinca no cabeçote devido ao choque térmico. Lembre-se que nenhum carro se auto-recupera. Ao contrário, os problemas sempre tendem a aumentar.
4) Retirar a válvula termostática
Muitos veículos possuem problema de superaquecimento em virtude do mau funcionamento da válvula termostática e, infelizmente, alguns motoristas acabam por retirá-la sem colocar outra no lugar. Resolvem um problema, mas criam outro. Todo veículo que trabalha frio acaba tendo um desgaste prematuro nas peças do motor (veja a coluna “Andar com carro frio pode ser uma gelada”). Considerando a importância da válvula termostática, procure repor com uma peça de qualidade. Deixar o carro sem ela é o mesmo que reduzir 50% da vida útil do seu motor.
5) Soldar o radiador
Você pode, sim, reparar um furo caso esteja em dia com a troca do aditivo do radiador. Agora, se você é daqueles que não faz revisões e, quando o nível de água está baixo, você completa apenas com água de torneira (que possui cloro), é bem provável que seu radiador possua vários pontos fragilizados na parte interna, prontos para estourarem. Neste caso, existe a possibilidade de você reparar um furo e, algum tempo depois, acabar encontrando outro vazamento. Pergunte ao seu mecânico se colocar um radiador novo não seria a melhor solução.
6) Escolher pastilhas de freio erradas
No momento de substituir as pastilhas de freio, cuidado com as gratuitas ou muito baratas. Existem algumas que são muito duras, causam ruído e diminuem a vida útil dos discos de freio. Outras são muito moles, sujam as rodas e se desgastam rapidamente. Consulte seu mecânico e peça a melhor opção.
7) Deixar de consertar vazamentos
Não fique refém de vazamentos de óleo, sejam eles do motor, do câmbio ou de freio. Algumas pessoas fazem reparos paliativos que põem em risco o seu bolso. Não existe essa coisa de “colocar um óleo mais grosso”: seu motor ou seu câmbio não foram projetados para este tipo de óleo. Faça o reparo corretamente. Pode ser mais caro no primeiro momento, mas ainda sim evitarão vários outros aborrecimentos.
8) Comprar peças de desmancheColocar peça usada é sempre uma caixinha de surpresas. E sempre será um reparo de eficácia temporária. Muitas vezes, é difícil identificar seu estado de conservação. Se for um conjunto como câmbio, motor ou caixa de direção, pior ainda. Essa é uma boa alternativa para itens que não comprometem a segurança dos ocupantes, como faróis, bancos, maçanetas, lanternas etc.
9) Economizar no reparo do cinto de segurança
Este é um item que exige uma pessoa especializada para repará-lo. Nunca permita que alguém “dê uma olhadinha sem compromisso”. O cinto não é um item para curiosos.
10) Consertar ABS e airbags em oficinas não especializadas
Freios ABS e airbags são itens caros, e a grande maioria dos mecânicos sabe da responsabilidade que é repará-los. Dificilmente se atrevem a fazer qualquer manutenção, porque são necessários conhecimento e ferramental específico. Devido ao alto valor das peças destes componentes, muitos motoristas se veem tentados a procurar oficinas que não são especializadas para baratear o serviço, e acabam dando uma solução insegura para o problema.
Fotos: Denis Marum/G1; Reprodução/ TV Sergipe (óleo do carro)
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