Acusados de matar fazendeiros e funcionários vão a júri em MT Dois fazendeiros e funcionários foram mortos em fazenda de Novo Mundo. Quadrilha ainda extorquiu familiares mesmo após a morte das vítimas.
Três homens acusados de sequestrar e matar dois fazendeiros e dois funcionários de uma propriedade rural em Novo Mundo, a 791 km de Cuiabá, devem ir a júri popular às 8h desta terça-feira (11), no Fórum de Guarantã do Norte, a 721 km da capital. De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o crime ocorreu em agosto de 2012 na fazenda das vítimas, que ficaram desaparecidas por quase uma semana.
Consta no processo que todas as vítimas foram mortas a tiros pelos acusados: um vaqueiro de 33 anos, o filho do fazendeiro, de 24, um funcionário de 25 e o fazendeiro, que tinha 60 anos. Segundo o MPE, um dos acusados, de 21 anos, trabalhava como técnico de informática e os dois outros, de 20 e 29 anos, atuavam como pedreiros.
A primeira vítima a ser morta foi o vaqueiro da fazenda, que teve o corpo escondido na propriedade. Depois, os acusados sequestraram os fazendeiros e o segundo funcionário.
Depois de matar as quatro vítimas os acusados ainda furtaram celulares e aparelhos eletrônicos dos fazendeiros. Cinco dias depois a quadrilha ainda ameaçou a esposa do fazendeiro. Durante o inquérito os policiais descobriram que dois dos réus já tinham trabalhado na fazenda em uma ocasião e planejaram o sequestro e extorsão dos fazendeiros. O terceiro acusado foi responsável por fornecer as armas aos comparsas.
O crime
Os acusados foram para a entrada da propriedade até que um dos fazendeiros passou pelo local junto com um funcionário em uma caminhonete. A vítima perguntou aos acusados o que faziam naquele trecho e um deles mentiu dizendo que a motocicleta estava com defeito. Sem saber da intenção dos acusados, a própria vítima ofereceu ajuda e os levou até a sede da fazenda.
No local os acusados anunciaram o assalto, renderam as vítimas e as amarraram com uma fita. Enquanto parte dos sequestradores observava as vítimas, outro comparsa procurou o vaqueiro na propriedade, já que ele tinha testemunhado a entrada deles na fazenda. Ao ser abordado, o vaqueiro reagiu e tentou fugir, sendo baleado e morto pelas costas.
O corpo do vaqueiro foi arrastado por 50 metros e jogado em um buraco que era usado como depósito de lixo da fazenda. Ainda morto o vaqueiro levou mais tiros na cabeça. Na sequência os sequestradores levaram os fazendeiros e o funcionário até um bananal na mata à beira de um riacho, onde serviria de cativeiro.
Nesse local as vítimas foram obrigadas e deitar de bruços, enquanto os sequestradores negociavam com elas cartões de crédito e dinheiro. Quando perceberam que as vítimas não tinham nenhum valor, decidiram executar os três reféns, cada um com um tiro na altura da nuca. Os fazendeiros e o funcionário estavam com as mãos amarradas para trás e de joelho no momento em que foram mortos.
Os acusados ainda atearam fogo na caminhonete que pertencia a um dos fazendeiros. Mesmo após a morte das vítimas os sequestradores passaram a extorquir a esposa do fazendeiro. Inclusive mandaram uma mensagem para a namorada do fazendeiro, simulando que ainda estaria vivo.
Os sequestradores mandaram diversas mensagens à viúva do fazendeiro e disseram que só liberariam as vítimas com um pagamento em dinheiro, que variou em R$ 6 milhões e R$ 3 milhões. Os três foram presos depois que a Polícia Civil rastreou as mensagens do celular que os sequestradores usavam para cometer a extorsão.
Os três aguardam por julgamento no Presídio Osvaldo Florentino Leite Ferreira (Ferrugem), em Sinop, a 503 km de Cuiabá.
Comentários