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Educação
Terça - 29 de Abril de 2014 às 20:44
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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A primeira turma do curso gratuito voltado para os haitianos que migraram para Cuiabá nos últimos dois anos, ministrado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), conta com 50 alunos, sendo duas mulheres. As aulas começaram há uma semana, de acordo com a coordenadora do curso, Cláudia Paes de Barros. Segundo ela, a intenção é inserir os haitianos na sociedade. O curso intensivo terá a duração de 60 horas e deve ser concluído até a Copa do Mundo.

"Estamos fazendo um intensivo porque durante a Copa a UFMT ficará fechada", explicou a coordenadora. As aulas são ministradas de segunda a quinta-feira, no período noturno, já que a maioria dos alunos trabalha durante o dia. Os haitianos se comunicam em francês e crioulo. Alguns deles sabem um pouco de espanhol. Ao final do curso, os alunos deverão receber um certificado de conclusão.

O interesse dos haitianos pelo curso tem sido grande, conforme a coordenadora da Casa do Migrante, Eliana Vitaliano. Ela disse que alguns já estão na fila aguardando a abertura de uma nova turma do curso de português. Atualmente, segundo ela, existe mais de 70 haitianos no abrigo aguardando emprego e certa estabilidade para deixar o local.

Desde que a desativação do abrigo de imigrantes em Brasiléia (AC), há três semanas, cerca de 30 haitianos se mudaram para Cuiabá. À princípio, a previsão era de que o número fosse maior, conforme a coordenadora. "Fechou-se o galpão que os atendia na Brasiléia, mas foi aberto outro em Rio Branco. Muitos estão indo para São Paulo, mais do que para cá [Mato Grosso]", avaliou.

Aumentou, no entanto, o número de haitianos que desembarca em Cuiabá sem documentos de identificação emitidos no Brasil. "Quando eles entravam pelo Acre, faziam a carteira de trabalho, a solicitação de refúgio e o CPF lá. Agora, muitos estão chegando sem documentos", disse Eliana Vitaliano. Muitos chegam com a ilusão de que os salários oferecidos são maiores do que a realidade.

Ebola

Recentemente surgiu o rumor de que os haitianos que vivem no estado estivessem contaminados com o vírus ebola, doença que atinge algumas regiões do continente africano. Porém, na semana passada, o Ministério da Saúde emitiu uma nota contestando a informação que circulava pelas redes sociais. "Não há no Brasil casos confirmados ou suspeitos de febre hemorrágica ebola. Boletim da Organização Mundial de Saúde também descarta a existência de casos do vírus no Haiti ou em qualquer país das Américas", diz trecho da nota.

De 2010 até agora, mais de 2 mil haitianos se mudaram para a capital. A maioria trabalha na construção civil, principalmente nas obras da Copa. Os salários oferecidos variam de R$ 700 a R$ 900.

Eles deixaram o Haiti depois do terremoto que deixou 1,5 milhão de pessoas desabrigadas naquele país em 2010. A tragédia matou mais de 250 mil pessoas.





Fonte: G1 MT

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