Homem-bomba mata ao menos 41 em ataque contra recrutas no Iraque
Um homem-bomba matou nesta terça-feira ao menos 41 pessoas e feriu outras 102 em um ataque contra um centro de recrutamento do Exército na capital do Iraque, Bagdá. A explosão ocorreu apenas duas semanas antes do fim das missões de combate dos Estados Unidos no país e redução para 50 mil militares americanos.
O número de mortos pode aumentar e a agência de notícias Associated Press já fala em ao menos 60 mortos e 125 feridos.
"Nós estávamos em uma longa fila. Havia também oficiais e soldados. De repente uma explosão ocorreu. Graças a Deus apenas minha mãe foi atingida", disse o recruta Saleh Aziz, enquanto era tratado por médicos no Hospital Al Karkh.
"Não sei como ele conseguiu passar, com todas as medidas de seguranças que existem", disse Ahmed Kadim, um recruta que escapou ileso do ataque. "Depois do atentado, todos saíram correndo e os soldados atiraram para o alto".
O centro de recrutamento, no bairro de Bab al Muazam, era a antiga sede do Ministério de Defesa sob o governo de Saddam Hussein, antes da invasão americana de 2003.
Uma fonte do necrotério de Bagdá disse ter recebido os restos de um homem-bomba.
Uma fonte do Exército, que não quis se identificar, disse que pode ter havido um segundo homem-bomba, marca registrada dos ataques de sunitas islâmicos e da rede terrorista Al Qaeda.
"Eles [os recrutas] estavam reunidos em grandes grupos. Eles deixavam entrar 2550 recrutas por vez", disse a fonte. A explosão ocorreu às 7h30 (0h30 de Mato Grosso).
O atentado, que ainda não foi reivindicado, foi o mais violento desde o último dia 18 de julho, quando 43 pessoas morreram e outras 40 ficaram feridas em um ataque contra membros das milícias pró-governo Conselhos de Salvação, na localidade de Al Balesem, ao sudoeste de Bagdá.
As tensões sectárias que já mergulharam o país na violência crescem cinco meses depois de eleições legislativas inconclusivas --já que nenhuma aliança conseguiu concluir diálogo para formação de coalizão.
O comandante do Estado-Maior iraquiano afirmou na semana passada que a retirada total do exército americano no fim de 2011 seria prematura porque, segundo ele, as tropas do país só terão condições de garantir plenamente a segurança no território do Iraque em 2020.
O exército do Estados Unidos, que tem 64 mil soldados no Iraque, concluirá oficialmente a missão de combate em 31 de agosto. Os 50 mil militares americanos que permanecerão no país deverão deixar o Iraque no fim de 2011, como determina um acordo assinado entre as duas nações em novembro de 2008.
O antigo Exército iraquiano, que tinha 450 mil militares em 2003, foi dissolvido no mesmo ano pelos Estados Unidos, pouco depois da invasão do país e do fim do regime de Hussein. O efetivo atual tem 200 mil soldados.
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