Fábrica de briquetes é alternativa ambiental para destinação de resíduos em Marcelândia
O que fazer com os resíduos de pó de serra gerados com a atividade madeireira se tornou um grande problema para muitas cidades. Em Marcelândia (710 km ao Norte de Cuiabá) essa biomassa altamente combustível contribuiu para que o incêndio tomasse proporções incontroláveis como a registrada na semana passada, em que empresas, casas, carros e animais foram queimados. Uma das alternativas encontradas pelo município, que tem 75% de sua área de floresta e vive do extrativismo de forma sustentável, é a instalação de uma fábrica de briquetes.
A Prefeitura informa que está em estágio avançado a negociação para que uma indústria de Sinop se instale em Marcelândia. O briquete é uma lenha ecológica com alto poder calorífico e não poluente. Produzida com o pó de serra após um processo de secagem e prensagem é ideal para utilização em caldeiras industriais, fornos de padaria, pizzaria, cerâmicas, entre outros.
Além de dar uma destinação para os resíduos é uma opção que reduz o consumo de energia, óleo BPF, gás etc. De acordo com os fabricantes o que era lixo vira energia. “É mais econômico e menos poluente. Sobram somente 5% a 6% de cinzas”, destacou o gerente de produção da Sol Brikets, de Sinop, Vicente de Paula.
Os resíduos existentes hoje em Marcelândia, mesmo depois do incêndio, são suficientes para que uma fábrica funcione por 10 anos, fora o que ainda será produzido, isso para se ter uma ideia da quantidade de produto inflamável existente na região, conforme informou a secretária de Indústria e Comércio, Elizabeth Valini.
“Já tivemos crianças queimadas, se tornou hoje um problema de saúde, porque esse resíduo está lá acumulando a cada dia e provoca inclusive uma proliferação de ratos, cobras”, destacou a secretária de Meio Ambiente de Marcelândia, Sirlene Juliane.
A fábrica é uma opção que une a solução ambiental e vai contribuir com a geração de emprego e renda. São, em média, 20 empregos diretos e 80 indiretos.
Na próxima semana está agendada uma reunião entre Ministério Público, setor madeireiro da cidade, empresários interessados e órgãos ambientais para acelerar o processo de instalação.
Em Sinop já existem seis fábricas de briquete e foi a solução encontrada para o destino do pó de serra.
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