Mãe da menina nega traição e diz que ex-companheiro planejou tudo. Criança está desaparecida desde o dia 27 de junho deste ano.
Ucraniano sumiu com filha de GO para se vingar
(Foto: Alexander Levin/Arquivo Pessoal)
Alexander Levin, 47 anos, o ucraniano suspeito de sequestrar a própria filha, Ieda Alexandra Levin de dois anos, conversou com o G1 por uma rede social e revelou os motivos de ter levado a criança para longe da mãe. Segundo ele, a ex-namorada, Oziene Vieira Barbosa, de 25 anos, mãe da menina, teria o traído com pelo menos dois homens enquanto ele trabalhava no Canadá e mandava dinheiro para sustentar a filha do casal.
O ucraniano revelou que descobriu a senha da rede social de Oziene e que leu a conversa que a ex-namorada teve com uma amiga. Conforme Levin, na conversa ele descobriu que um piloto de avião, amigo dela, na verdade era amante da mulher. Ele disse ainda que a traição dela era "pesada e sistemática".
O pai de Ieda disse também que não sequestrou a filha e que tem autorização para viajar sozinho com a menina. Ele ainda lamentou o fato de não poder mais viajar e ironizou a situação. "Nos (sic) todos aeroportos do mundo vai apareser (sic) bandeira/alerta vermelho ao meu nome. Em fazer isso a policia federal dificultou as coisas em me impedir de viajar. Sinceremente (sic), posso ficar quetto (sic) sem sair de Canada por anos..." Levin também afirmou que não está com a filha. Na conversa abaixo ele explica onde deixou a menina.
Conversa da reportagem do G1 com o ucraniano Alexander Levin (Foto: Reprodução/Facebook)
Ciúmes
A mãe da menina nega que tenha traído o ex-namorado e diz que o ucraniano era muito ciumento e por vezes agressivo. "Ele ficava desconfiado de mim quando eu arrumava o cabelo, fazia as unhas, passava um baton. Nunca o traí e na verdade ele era quem traía a esposa dele. Só descobri que ele tinha uma mulher depois que a polícia do Canadá investigou o caso, porque para mim ele dizia que havia se separado", explica.
Oziene disse ainda que a suposta traição não era motivo para que Levin sequestrasse a filha do casal. "Minha filha é a única que sofre, ela não tem nada a ver com isso. Ele tentou se reconciliar, mas eu não quero ele de volta, só quero minha filha", desabafa. Ela acusa o ucraniano de ameaçá-la. Em uma conversa que teve com ele, e que o G1 teve acesso, Levin diz: "Nosso bebê que tu carega. Venha eu pego na bariga (sic) e da parto fora do brasil. Se nao, eu vou a buscar quanto vc (sic) menos me espera. Mas prefiro vc vim aqui e eu nao vou dever fazer nehuma (sic) mais maldade a você."
Oziene busca reencontrar a filha desaparecida
na Ucrânia (Foto: Jesana de Jesus/G1)
A mãe de Oziene, Maria de Jesus Vieira Barbosa, disse que o piloto mencionado por Alexander ficou amigo da família após a morte da filha dele em um acidente de avião. "Ele se apegou à Oziene porque ela se parecia com a filha dele e sempre a tratou com carinho". Levin teria ciúmes da amizade do piloto com Oziene. "Ele tem ciúmes de qualquer homem que conheço", conta a mãe de Ieda.
Oziene afirma que assinou um documento durante as viajens internacionais que o casal fez. Ela explica que o ex-companheiro havia dito que era um procedimento necessário para que eles pudessem viajar para outros países. "Ele já tinha tudo planejado", conta.
Procurado
A Polícia Federal (PF) no Tocantins pediu ajuda à Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) para localizar Alexander Levin e resgatar a menina Ieda Alexandra Levin, filha que Oziene teve com o ucraniano durante o relacionamento que durou três anos. Foi solicitada a chamada difusão amarela. O termo significa a ação de divulgação, pela Interpol, da foto, nome e características físicas da criança sequestrada para todos os países membros da organização.
Segundo informações da Defensoria Pública da União em Palmas, foi confirmado que a Real Polícia Montada do Canadá instaurou uma investigação criminal na Divisão de Crimes Graves contra o ucraniano.
Ieda está desaparecida há mais de dois
meses (Foto: Oziene Vieira/Arquivo Pessoal)
Relacionamento
Oziene conheceu o ucraniano Alexander Levin quando fazia um curso online de inglês. Em 2011, Oziene engravidou e Levin sempre a visitava no intervalo das viagens que ele fazia para o Canadá. Depois que a filha Ieda nasceu, o companheiro sempre pedia para ela ir morar com ele na Ucrânia. Em abril deste ano, o casal e a criança foram para fora do país. Ficaram um tempo na Argentina e na França até chegar à Ucrânia em junho deste ano.
Entenda
Em junho a tocantinense pediu ajuda por meio da família, que mora em Palmas, para localizar a filha que na época do desaparecimento tinha um ano e 11 meses. Oziene foi levada à Ucrânia pelo pai da criança, com a promessa de ficarem juntos. Porém, no dia 27 de junho, o homem disse que iria comprar leite e levou a filha junto não retornando mais.
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