Mato Grosso: onde o futuro já chegou
Mato Grosso cresce acima da média nacional. A pujança econômica do Estado pode ser conferida na última edição da Revista Veja, de circulação nacional, onde uma reportagem especial de 47 páginas mostra estudo realizado por uma socióloga e um economista, ambos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que investigaram a situação econômica e o crescimento de 233 cidades médias do país. Os 20 melhores casos ganharam destaque no especial com textos específicos sobre a receita de sucesso dessas cidades. Sinop, distante 500 km ao norte de Mato Grosso, aparece nessa lista seleta.
Além da “Capital do Nortão”, como é titulado o material no especial da Revista Veja, Rondonópolis e Várzea Grande constam numa outra lista elaborada pela publicação, divididos de acordo com a taxa de crescimento e a principal fonte de renda. Na última parte do suplemento, intitulada “O Brasil em 10 vocações”, estão ranqueados os 106 municípios brasileiros que mantiveram entre 2002 e 2007 uma taxa de crescimento econômico igual ou superior à nacional, de 4% ao ano.
O crescimento das cidades médias, aquelas com mais de 100.000 e menos de 500.000 habitantes, é o grande fenômeno nacional. Deve-se a elas os melhores resultados obtidos na economia brasileira entre os anos de 2002 e 2007. A evolução dessas cidades mostra que o país está superando uma deficiência histórica: a concentração de riquezas nos grandes centros, situados em sua maioria nas regiões Sul e Sudeste. As mato-grossenses Sinop e Rondonópolis podem se orgulhar de ostentar os títulos de pólos econômicos regionais e provam que o desenvolvimento está avançando cada vez mais rumo ao interior.
Com a agricultura como um dos principais propulsores do desenvolvimento, Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá) figura no topo da lista dos municípios cuja principal fonte de renda é originada de culturas como soja, carne, frutas, hortaliças, arroz e milho. O crescimento econômico da cidade entre 2002 e 2007 foi de 8,7% - mais que o dobro do país. A que mais se aproxima de Rondonópolis neste ritmo é a paranaense Guarapuava, com uma taxa de 8,3%. As demais que constam na lista de Veja são Araguari (MG), Santarém (PA), Luziânia (GO), Santa Rita (PB) e Paço do Lumiar (MA).
Esta não é a primeira vez que Rondonópolis é citada em estudos econômicos nacionais. A edição de Janeiro de 2010 da Revista "Pequenas Empresas Grandes Negócios" coloca o município no 7º lugar de uma lista com 25 cidades entre 100 e 200 mil habitantes boas para se empreender. Mesmo tendo a agropecuária como um dos principais motores do crescimento, Rondonópolis volta agora seus ideais para o processo de industrialização. A Cervejaria Petrópolis (Crystal), a TBM Têxtil, a Santana Textiles, Nortox Agrotóxicos, Bunge Alimentos, ADM, e outras empresas são exemplo desse novo ciclo que toma conta do município.
Nos últimos sete anos, 1.542 empresas da região de Rondonópolis receberam algum tipo de recurso ou incentivo por parte do governo do Estado seja pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Fundeic), pelo Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FCO) ou pelo Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic). Juntas elas geraram cerca de 15 mil empregos diretos. Só no mês de julho deste ano, mais cinco empresas foram beneficiadas pelo FCO.
Estas linhas de créditos e incentivos fiscais transformaram a economia não só de Rondonópolis, como de todo o Mato Grosso. A conseqüência foi o aumento de 373% nas exportações nos últimos seis anos, a geração de emprego e renda e a verticalização da economia com agregação de valor aos produtos mato-grossenses. Na opinião do candidato ao Senado Blairo Maggi (PR) a reportagem de Veja evidencia aquilo que os empresários mato-grossenses e os que são de fora, que apostaram em Mato Grosso, já sabiam: “Este é um Estado que tem tudo pra dar certo e os frutos que colhemos hoje são reflexo das políticas de atração de indústrias, aliado a oferta de cursos de qualificação profissional e ao trabalho duro do nosso povo”.
“O país e o Estado melhoraram nos últimos anos. Estamos em um ritmo de crescimento que não pode parar. Para que nosso Estado continue crescendo, me comprometo a continuar trabalhando pela nossa industrialização”, disse Maggi.
É dentro deste novo processo de desenvolvimento do Mato Grosso que Sinop se destaca. A cidade fundada no início da década de 70 por empresários que exploravam madeiras nobres vive um momento peculiar. Da madeira para a perspectiva de se tornar um dos principais centros educativos do Centro-Oeste. É esta a análise que os economistas de Veja fazem sobre o município. Com 114 mil habitantes, um produto interno bruto (PIB) que gira em torno de R$ 1,4 bilhão e uma taxa de crescimento anual de 8,5%, Sinop não depende mais exclusivamente da extração de madeira e já é considerada um centro regional, atraindo grandes redes nacionais. O mercado imobiliário, de construção civil e o setor de serviços são outros ramos que crescem vertiginosamente no município, mas é a área da educação que chamou mais a atenção dos pesquisadores, com dez universidades que juntas somam 9.000 alunos matriculados.
VENDAS EM ALTA - Várzea Grande, cidade vizinha à Capital Cuiabá, ocupa o 27º na lista das cidades cuja principal fonte de renda para o crescimento acima da média nacional veio do setor do comércio. A média anual da evolução do produto interno bruto (PIB) do município entre os anos de 2007 e 2009 é de 4,7%.
Comentários