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Nacional
Sexta - 03 de Setembro de 2010 às 13:31

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Fechando as comemorações ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, a Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) enviou uma orquídea simbólica à Procuradoria Geral da República (PGR),  comemorando o fato de que, com seus pareceres favoráveis  à constitucionalidade das leis antifumo estaduais, o órgão vem agindo em prol das políticas de saúde pública.

Já o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) vem agindo na contramão e recebeu um cinzeiro sujo, também simbólico, como prêmio. A ACT entende que, por manter em sua estrutura institucional uma instância estreitamente alinhada com a indústria do tabaco, que é a Câmara Setorial do Tabaco, presta um desserviço,  com sua oposição às políticas de saúde e controle do tabaco.

Existem suficientes evidências científicas de que práticas corporativas das indústrias do tabaco nos países em desenvolvimento estão relacionadas à exacerbação da pobreza e degradação socioambiental, em particular devido ao endividamento dos agricultores, à utilização do trabalho infantil, aos prejuízos à saúde dos agricultores e ao desflorestamento.  A ACT entende que ao invés de obstaculizar avanços das políticas de saúde pública, ecoando os interesses das indústrias fumageiras, o MAPA, via Câmara Setorial do Tabaco, deve, sim, buscar ser um espaço institucional capaz de debater com lisura os temas afetos à cadeia produtiva.

Para a ACT, o prêmio Orquídea x Cinzeiro Sujo é importante para chamar a atenção de autoridades sobre o papel que precisam desempenhar para o sucesso de políticas públicas de saúde, entre elas as de controle do tabagismo. 

O Brasil é signatário da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), primeiro tratado internacional de saúde pública, ratificado pelo Brasil. Dentre as determinações da CQCT, estão medidas para reduzir  a epidemia do tabagismo em proporções mundiais, abordando temas como propaganda, publicidade e patrocínio, advertências, marketing, tabagismo passivo, tratamento de fumantes, comércio ilegal e impostos, etc.

“Esta semana foi divulgado o resultado da pesquisa sobre tabagismo, do IBGE e Inca, e mostra que houve uma redução na prevalência de fumantes, mas ainda temos 25 milhões de brasileiros acima de 15 anos fumantes. A pesquisa mostrou que a exposição ao fumo ainda é alta, com uma em cada cinco pessoas expostas à fumaça do cigarro em locais públicos. Ou seja, é preciso que os órgãos governamentais apóiem medidas da CQCT, para o controle  do tabagismo, maior causa de mortes evitáveis”, disse Mônica Andreis, vice-diretora da ACT.
 





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