Segundo a Adasa, a situação do Lago Paranoá ainda não pode ser considerada crítica. Entretanto, requer cuidados e o alerta foi emitido por precaução, para que as características de uso do lago sejam preservadas. No momento, o nível do Lago é de 999,80 metros acima do nível do mar. O volume mínimo é de 999,50 metros. Entretanto, com 999,70 metros, começam os problemas para a navegação, informou a agência.
O que preocupa no momento é o volume dos rios e córregos que deságuam no DF, nas bacias do Paranoá, Descoberto e Jardim. A situação também é crítica na bacia do Pipiripau. O ribeirão é o responsável pelo abastecimento dos canais de irrigação de 84 chácaras do Núcleo Rural Santos Dumont, em Planaltina, a cerca de 40Km de Brasília.
Os produtores do local já começaram a fazer racionamento. Eles se dividiram em dois grupos: quando um recebe água o outro fica sem. “Teremos uma queda na produção, porque não há como irrigar todo dia. Isso traz prejuízo para os produtores”, explica o agricultor João Rocha Oliveira.
Com o racionamento, os agricultores calculam uma queda de 50% na produção. Para a Associação dos Produtores Rurais, a reforma do canal, que existe há 26 anos, seria outra medida para evitar o desperdício.
“No percurso de 12 quilômetros do canal, temos perda de até cem litros por segundo. Se houver uma recuperação do canal, obviamente, essa água vai voltar para o rio, sendo melhor aproveitada. Não desperdiçar água é o objetivo de todo mundo”, indica o presidente da associação, Marcos Assad.
A Secretaria de Agricultura informou que vai buscar recursos junto ao governo federal para reforma dos canais.
Produção de Energia paralisada no Lago Paranoá
Devido ao baixo nível das águas no Lago Paranoá, a Companhia Energética de Brasília (CEB), suspendeu a produção de energia na usina localizada na barragem do Paranoá.
Segundo a CEB, a produção foi paralisada no dia 23 de agosto, quando o nível do Lago chegou a 999, 71 metros acima do nível do mar. O mínimo é de 999, 50 metros. Entretanto, a companhia afasta qualquer hipótese "apagão" em Brasília, já que a usina é responsável por apenas 2% da energia consumida no DF. Segundo a CEB, esta situação já se repetiu em 2000 e em 2007.
Ainda de acordo com a CEB, a medida foi tomada por precaução e que a companhia vai aproveitar a paralisação para fazer a manutenção das turbinas. A produção de energia na usina do Lago Paranoá só deve voltar ao normal no dia 20 de setembro.
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