Tiririca, zomba da classe política na TV com sua candidatura a deputado por SP, enquanto o mato-grossense, Marcos Baiano, que concorre à Câmara, pede para o eleitor "pegar todo dinheiro dos políticos"
Candidatos bizarros, Tiririca "rouba" cena em SP e, Marcos Baiano, em MT
As eleições deste ano em Mato Grosso apresentam poucos candidatos folclóricos ou bizarros, diferente do pleito de 2006. A sessão humor protagonizada por eles no horário eleitoral é mais entre os concorrentes proporcionais que estão de olho nas 24 cadeiras de deputado estadual e nas 8 à Câmara Federal.
Se os eleitores de São Paulo conseguem dar algumas gargalhadas ou até mesmo zombar do palhaço Francisco Everaldo Oliveira Silva, o Tiririca (PR), que aparece na TV com o slogan "Vote Tiririca, pior que tá não fica", os mato-grossenses também se divertem com o mecânico e líder comunitário Antonio Marcos Nascimento Lemos, o Marcos Baiano, que concorre a federal pelo PTB. Na propaganda na TV ele sugere ao eleitor "pegar dinheiro dos políticos e a encher o bolso" e votar nele (Baiano) porque, se eleito, o seu gabinete em Brasília terá as portas abertas, cabendo-lhe a missão de "apenas administrar". De quebra, ainda canta, desafinado, o refrão "Vem, vem, vem que é novo, Marcos Baiano, deputado do povo!".
Baiano, morador no Pedra 90, em Cuiabá, pode até não se eleger, mas já começa a pontuar nas pesquisas de intenção de voto. O quociente eleitoral exige para cada vaga de federal ao ao menos 200 mil votos por partido ou coligação. O bloco do qual faz parte Baiano apoia Wilson Santos para governador e é composto pelo PSDB, DEM, PTB, PMN e PT do B e tem como nomes de peso os tucanos Thelma de Oliveira, Nilson Leitão e Rogério Salles e o ex-governador democrata Júlio Campos (DEM). Dos cinco candidatos do PTB, o candidato humorista deve ser o mais votado. Os demais petebistas no páreo são o tenente PM da reserva William Dias, Adair Rufino, Eliezer Moreira, Wilson Júnior, o Baixinho do Caminhão, e Zeferino Bortolon.
Lá e cá
Já a candidatura de Tiriri tende a "arrebentar" de votos. Sua campanha atinge com frequência o topo dos "assuntos quentes" no Twitter e seus vídeos passeiam pela casa dos milhões de acessos no YouTube. Mas não é só ele que tem motivos para comemorar esse fenômeno dentro da sua coligação. O palhaço de circo e que, através da TV, atinge todas as massad, é considerado "puxador de votos" do PR, assim como Paulo Maluf no PP. Um exemplo mais famoso de candidato bizarro que "estourou" em votação veio em 2002, com 1,74 milhão de votos atribuídos a Enéas Carneiro (já falecido). Com o maior número de votos na história do país, ele levou consigo para a Câmara 5 candidatos, entre eles Vanderlei Assis, que teve somente 275 votos nominais e acabou impedido pelo TRE por inscrição fraudulenta.
Em Mato Grosso, nenhum candidato classificado como bizarro, folclórico ou humorista, ao ponto de ironizar os próprios políticos, obteve êxito nas urnas. Em 2006, vários tentaram. O máximo que conseguiram foram "roubar" a cena no horário eleitoral, como Lúcio Mandioca, tenente Lara, João Vaz, José Marcondes, o Muvuca e Manoel Navaes, o Zebra.
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